domingo, 29 de agosto de 2010

SOCIEDADE CAFEEIRA DE ALÉM PARAÍBA E REGIÃO NOS SÉCULOS XIX E XX

Por: Mauro Luiz Senra Fernandes




A exposição da "Sociedade Cafeeira de Além Paraíba e Região nos Séculos XIX e XX", lançada em 2007 na Casa da Cultura, foi reeditada e desde de abril, está em exposição na Galeria do Cine Brasil.
O objetivo principal é resgatar a história do Município dentro de um dos períodos de maior desenvolvimento da economia do País, o ciclo do café.
O historiador e professor alemparaibano, Mauro Luiz Senra Fernandes, responsável pela coletânea das fotografias, doou todo acervo da exposição para a Secretaria Municipal de Cultura de Além Paraíba.

Casa da Cultura em 2007
Casa da Cultura em 2007

Exposição na Galeria do Cine Brasil




Trabalhos Publicados:





sábado, 28 de agosto de 2010

BARÃO DE PARAOPEBA E SEUS DESCENDENTES EM ALÉM PARAÍBA – Os Monteiro de Barros e Nogueira da Gama

Por: Mauro Luiz Senra Fernandes




Romualdo José Monteiro de Barros

Homem de fortuna, dotado de grande cultura, Romualdo José Monteiro de Barros, o Barão de Paraopeba, nasceu em 1773, foi um importante político brasileiro, fazendeiro, dedicou-se à indústria e mineração de ouro. Possuía as fazendas e lavras de Goiabeiras, Vieiro, Santo Antônio, Figueiredo, Três Forquilhas, Gentio, Grota Falcão, dos França, Boa Esperança e Cafundó.
Foi presidente da Província de Minas Gerais, de 10 de junho a 17 de julho de 1850.
Era o quarto filho do Guarda-Mor Manuel José Monteiro de Barros, natural de Portugal e de sua mulher Margarida Eufrásia da Cunha e Mattos, natural de Vila Rica.
Era neto paterno de João Vieira Repincho e Marianna Monteiro de Barros e neto materno do Guarda-Mor Alexandre da Cunha Mattos e de Antônia Negreiros.
Dedicou-se à mineração e à indústria. Foi proprietário de rica lavra de ouro em Congonhas e ai fundou, em sociedade com dois irmãos ( Lucas Antônio Monteiro de Barros, Visconde de Congonhas do Campos, e Coronel José Joaquim Monteiro de Barros), a primeira fundição de ferro estabelecida na Província de Minas Gerais.
Membro do segundo governo provisório de Minas Gerais, eleito a 23 de maio de 1823; fez parte do Conselho do Governo, de 1825 a 1829 e de 1830 a 1833; vice-presidente da Província, com exercício a 10 de junho de 1850.
Coronel de Milícias, Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo e finalmente agraciado por Decreto Imperial de 2 de dezembro de 1854, com o titulo de Barão de Paraopeba.
Casou-se na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Vila Rica a 2 de novembro de 1795, com Francisca Constância Leocádia da Fonseca, filha de José Veríssimo da Fonseca, natural de Portugal, do Reino de Algarves e de Anna Felizarda Joaquina de Oliveira, natural de Vila Rica.
Francisca Constância Leocádia da Fonseca, esposa de Romualdo, nasceu a 3 de setembro de 1773 e deixaram os seguintes filhos:
• Francicsco de Paula Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra em 1820, juntamente com seu irmão Antônio José. Casou-se em Coimbra com Anna Carlota de Miranda e entre seus filhos: Guilherme Frederico de Miranda Ribeiro, casado com a prima Anna Maurícia Monteiro Nogueira da Gama, filha do Major Romualdo Baptista Monteiro Nogueira da Gama e de Maria Custódia Monteiro Nogueira da Gama;
• Miguel Eugênio Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo. Matriculou-se na Universidade de Coimbra, juntamente com seus primos Rodrigo e Manuel Monteiro de Barros, em Matemática em 1822 e em Direito, no ano seguinte, 1823. Casou-se com Maria Eugênia de Souza Breves, filha de Luiz de Souza Breves e de Maria Pimenta de Almeida Breves e entre seus filhos: a Baronesa de Guararema e a Baronesa de Santa Alda;

Baronesa de Guararema

• João Baptista Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo. Matriculou-se na Universidade de Coimbra em 1819. Casou-se com a prima Maria do Carmo Monteiro Nogueira da Gama, filha de Matheus Herculano Monteiro da Cunha Mattos (irmão do Barão de Paraopeba) e de Maria Custódia Nogueira da Gama e seus filhos foram: Major Romualdo Baptista Monteiro Nogeira da Gama, Maria Custódia Monteiro Nogueira da Gama, Anna Margarida Monteiro Nogueira da Gama e Francisca Monteiro Nogueira da Gama;
• Antônio José da Fonseca Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo. Matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1820. Casou-se com a Anna Helena Monteiro de Barros, filha dos Viscondes de Congonhas do Campo;
• Padre José Maria Monteiro de Barros, habilitado no Seminário de Mariana no ano de 1821;
• Manuel José Monteiro de Barros, casou-se com sua prima Inês de Castro Monteiro de Barros Galvão de São Martinho, filha do Cap. Manuel José Monteiro de Barros (irmão do Barão de Paraopeba) e de Ignês de Castro Galvão de São Martinho;
• Joaquim José Monteiro de Barros, casou-se com a prima Maria Tereza Monteiro de Barros, filha do Desembargador Dr. José Maria Monteiro de Barros e de sua primeira esposa Rosa Ursula de Almeida Macedo e neta paterna do Visconde de Congonhas do Campo, irmão do Barão de Paraopeba;
• Maria José Monteiro de Barros, casou-se com José Cesário de Miranda Ribeiro, filho de Teotônio Maurício de Miranda Ribeiro e de Antônia Luisa de Negreiros Sayão Lobato, nascido em Vila Rica, em 1792 e falecido no Rio de Janeiro a 7 de maio de 1756 e agraciado com o titulo de Visconde de Uberaba;
• Anna Felizarda Joaquina de Oliveira, casou-se com Lourenço José Ribeiro, filho de Antônio Ribeiro Carvalhais e Anna Maria de Mattos;
• Francisca Monteiro de Barros, casou-se duas vezes. A primeira com seu primo Lucas Antônio de Souza Oliveira e Castro, filho de Matheus Alberto de Souza Olibeira Castro e Feliciana Cândida Esméria da Fonseca (irmã da Baronesa de Paraopeba) e casou-se pela segunda vez com outro primo Joaquim Nogueira Penido, filho do Cap. Agostinho Nogueira Penido Inácia da Fonseca (irmã da Baronesa de Paraopeba);
• Margarida Monteiro de Barros, casou-se com Valeriano Manso da Costa Reis, filho de outro Cap. Valerianao Manso da Costa Reis, natural de Vila Rica e de Anna Ricarda Marcelina de Seixas. Neto paterno de Manuel Manso da Costa reis e Cunha e de Clara Maria de Castro; neto materno do Cap. Baltazar João Mairinck e de Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Ferrão. Entre seus onze filhos: Maria do Carmo Manso Monteiro da Costa Reis, masceu em 5 de julho de 1834 e faleceu em 17 de julho de 1917. Casou-se duas vezes. A primeira com seu tio paterno, Cel. Francisco de Assis Manso da Costa Reis – abastado fazendeiro em Angustura e viúvo de Francisca Monteiro Nogueira da Gama e em segundo, com seu primo Bernardo Manso Monteiro da Costa Reis, viúvo de Maria José Monteiro Miranda Ribeiro, filho do Tenete Coronel José Maria Manso da Costa Reis e de Francisca de Assis Monteiro Galvão de São Martinho.
O Barão de Paraopeba sofreu um acidente quando, supervisionando o trabalho em uma de suas minas, foi soterrado. Retirado dos escombros, ainda sobreviveu, falecendo em 16 de dezembro de 1855.

João Baptista Monteiro de Barros – Filho do Barão de Paraopeba

João Baptista Monteiro de Barros, nasceu em Congonhas do Campo e era filho de Romualdo José Monteiro de Barros e de sua esposa Francisca Constância Leocádia da Fonseca.
Era neto paterno do Guarda-Mor Manuel José Monteiro de Barros, natural de Portugal e de sua mulher Margarida Eufrásia da Cunha e Mattos, natural de Vila Rica e neto materno de José Verissimo da Fonseca, natural de Portugal, do Reino de Algarves e de Anna Felizarda Joaquina de Oliveira, natural de Vila Rica.
João Baptista Monteiro de Barros, matriculou-se na Universidade de Coimbra em 1819.
Casou-se com a prima Maria do Carmo Monteiro Nogueira da Gama, filha de Matheus Herculano Monteiro da Cunha Mattos (irmão do Barão de Paraopeba) e de Maria Custódia Nogueira da Gama e seus filhos deixaram uma grande descendência na região de Mar de Espanha, Leopoldina e Além Paraíba.
Foram os seguintes:
• Maria Custódia Monteiro Nogueira da Gama, foi casada com o Coronel José Cesário Monteiro Miranda Ribeiro, filho do Visconde de Uberaba e de sua primeira esposa.
• Anna Margarida Monteiro Nogeira da Gama
• Francisca Monteiro Nogueira da Gama


Fazenda Bom Destino - Angustura



Major Romualdo Baptista Monteiro Nogueira da Gama, fazendeiro em Leopoldina, onde era proprietário da Fazenda Santa Rita e suas terras chegavam até a Vila de Angustura - na Fazenda Bom Destino. Foi casado com sua prima Maria Custódia Monteiro Nogueira da Gama, filha de Francisco Xavier Monteiro Nogueira da Gama e de Anna Maurícia do Carmo.
Faleceu em 20 de julho de 1897, deixando grande descendência:
•• Anna Maurícia Monteiro Nogueira da Gama, que casou-se com Guilherme Frederico de Miranda Monteiro de Barros, filho de Francisco de Paula Monteiro de Barros e de Anna Carlotta de Miranda - neto paterno do Barão de Paraopeba.
Guilherme Frederico de Miranda Monteiro de Barros

Guilherme Frederico de Miranda Monteiro de Barros faleceu em março de 1925 e Anna Maurícia faleceu na Estação de Teixeiras, em 22 de junho de 1904.
E seus filhos foram:
••• Alda Augusta da Gama Monteiro de Barros, casou-se com Braz Monteiro Nogueira da Gama – fazendeiro na Estação de Teixeiras, Comarca de Viçosa, filho de Anacleto Xavier Monteiro Nogueira da Gama e de Isabel Herculano de Freitas Castro, era neto paterno Francisco Xavier Monteiro Nogueira da Gama – irmão do Barão de Paraopeba e de Anna Maurícia de Oliveira do Carmo e neto materno do Cel. José de Deus Moreira e Castro e Anna Ricarda de Freitas Castro e seus filhos foram: Milton Monteiro Nogueira da Gama, casado com Celeste Savignia; Carmem Monteiro Nogueira da Gama, casada com o primo em segundo grau Romualdo Baptista Monteiro Nogueria da Gama – que foi Agente da Estação Ferroviária de Trimonte e de Pirapetinga, filho de Sebastião Monteiro Nogeira da Gama e de Carlotta Manso Monteiro da Costa Reis; Heitor Monteiro Nogeira da Gama, casado com Eunice de Paiva Gama; Clélia Monteiro Nogueira da Gama, casada com Antônio Pires de Souza; Hernani Monteiro Nogueira da Gama; Helio Monteiro Nogueira da Gama; Walter Monteiro Nogueira da Gama – faleceu solteiro; Cordélia Monteiro Nogueira da Gama; Ema Monteiro Nogueira da Gama, casada com Geraldo Behring; e Maria Nazareth Monteiro Nogueira da Gama.
••• Maria Augusta Monteiro de Barros; Anna Augusta Monteiro de Barros; Vasco da Gama Monteiro de Barros; Júlia Monteiro de Barros; Ema Monteiro de Barros; e Guilherme Monteiro de Barros.

Casamento de Carmem Monteiro Nogueira da Gama,filha de Alda Augusta da Gama Monteiro de Barros e Braz Monteiro Nogueira da Gama – fazendeiro na Estação de Teixeiras, Comarca de Viçosa, com o primo em segundo grau Romualdo Baptista Monteiro Nogueira da Gama – que foi Agente da Estação Ferroviária de Trimonte e de Pirapetinga, filho de Sebastião Monteiro Nogueira da Gama e de Carlotta Manso Monteiro da Costa Reis

•• Eduardo Eugênio Monteiro Nogueira da Gama, que casou-se com Maria Benedita Monteiro Nogueira da Gama, filha do primeiro matrimônio de Mateus Xavier Monteiro Nogueira da Gama (irmão de Maria Custódia, mãe de Eduardo Eugênio) e de Maria Benedita Monteiro de Paiva.
E seus filhos foram:
••• Antônio Eugênio Monteiro Nogueira da Gama; Tito Lívio Monteiro Nogueira da Gama; Romualdo Monteiro da Gama; Francisca da Gama Lacerda; Honorino Monteiro Nogueira da Gama; Heitor Monteiro da Gama; e Eduardo Monteiro da Gama.

•• Matteus Herculano Monteiro Nogueira da Gama, formado em Medicina, que casou-se com Olimpia de Matos Keli.
E seus filhos foram:
••• Julieta Nogueira da Gama; Alice Nogueira da Gama; Dewet Nogueira da Gama; Olimpio Batista Monteiro Nogueira da Gama; e Luiz Nogueira da Gama.

•• Francisca de Paula Monteiro Nogueira da Gama, que casou-se duas vezes, a primeira na Igreja da Glória no Rio de Janeiro, a 19 de janeiro de 1884, com José Batista de Amoroso Lima e em segundo matrimônio, com José Cesário de Miranda Lima.

•• Júlio Cesar Monteiro de Barros, que casou-se 14 de maio de 1890, com a prima Maria Custódia de Miranda Ribeiro.
Júlio Cesar, a princípio se assinava, Júlio Cesar Monteiro Nogueira da Gama; como houvesse, porem, outro igual nome na mesma região, passou a se assinar Monteiro de Barros, que adotou definitivamente.
E os filhos foram:
••• Júlia de Miranda Monteiro de Barros; Laura de Miranda Monteiro de Barros; Judith de Monteiro de Barros; Homero de Miranda Monteiro de Barros; Ruth de Miranda Monteiro de Barros; Zilda de Miranda Monteiro de Barros; Carmélia de Miranda Monteiro de Barros; Corina de Miranda Monteiro de Barros; Dulce de Miranda Monteiro de Barros; Silvio de Miranda Monteiro de Barros; Hamilton de Miranda Monteiro de Barros; Alynthor de Miranda Monteiro de Barros; e Wilson de Miranda Monteiro de Barros.
Família de Júlio Cesar Monteiro de Barros

•• Major Sebastião Monteiro Nogueira da Gama, nasceu em 11 de agosto de 1867 e casou-se com a sua prima Carlota Manso Monteiro da Costa Reis, filha de Bernardo Manso Monteiro da Costa Reis e sua primeira esposa Maria José Monteiro de Miranda Ribeiro – neta do Visconde de Uberaba.


Família do Major Sebastião Monteiro Nogueira da Gama e sua esposa Carlota Manso Monteiro da Costa Reis

Major Sebastião Gama, com as terras que herdou de sua esposa da Fazenda da Conceição, em Angustura, fundou a Fazenda Santa Rita naquela localidade.
E os filhos foram:
••• Romualdo Batista Monteiro Nogueira da Gama, nasceu no ano de 1895, na Fazenda da Conceição em Angustura e casou-se em 1925, com a prima Carmem Nogueira da Gama, filha de Braz Monteiro Nogueira da Gama e de Alda Augusta Monteiro da Gama;
••• Oswaldo Manso Monteiro Nogueira da Gama, nasceu em 1894 e casou-se no ano de 1929, com Sophia do Couto Fernandes, filha de Antônio José Fernandes e de Eliana Maria Matins do Couto;
••• Arnaldo Manso Monteiro Nogueira da Gama, nasceu na Fazenda Bom Destino no anos de 1896 e casou-se no ano de 1926, com Nila Martins Maia, filha de Manuel José Martins Maia e de Carolina Rosa Antunes Martins;
••• Bernardo Manso Monteiro Nogueira da Gama;
••• Nivaldo Manso Monteiro Nogueira da Gama, casado com Maria do Carmo Teixeira Nogueira da Gama (Carminha);
••• Reinaldo Manso Monteiro Nogueira da Gama, médico, nasceu em 1905 e casou-se no ano de 1934, com Eunice Côrtes de Araújo, filha de Antônio Domingues de Araújo e de Maria Guilhermina Teixeira Côrtes de Araújo;
••• Celanira Manso Monteiro Nogueira da Gama;
••• Aguinaldo Manso Monteiro Nogueira da Gama;
••• Everardo Manso Monteiro Nogueira da Gama;
••• Eleonora Manso Monteiro Nogueira da Gama;
••• Alaide Manso Monteiro Nogueira da Gama.


Nivaldo Manso Monteiro Nogueira da Gama

•• Capitão Romualdo José Monteiro Nogueira da Gama, nasceu na Fazenda Bom Destino no ano de 1871. Capitão da antiga Guarda Nacional e casou-se no ano de 1897, com Amélia de Almeida Monteiro da Gama, filha de Ananias Ferreira de Almeida e de Lucila Cândida Monteiro de Almeida.
E seus filhos foram:
••• Olga da Gama Chaves; Herminia de Almeida Gama; Silvia da gama Campos; Oscar de Almeida Gama; Leila da Gama Figueira; Romualdo Gama Filho; José Ananias de Almeida Gama; Olavo de Almeida Gama; e João Celestino de Almeida Gama.

•• José Augusto Monteiro Nogueira da Gama, nasceu em 1873 e casou-se em 1903, com Anna Braga, filha de Henrique José de Araújo e de Cecília Marcionilia Braga.
E seus filhos foram:
••• Aloisio Braga Monteiro Nogueira da Gama; Inah Braga Monteiro Nogueira da Gama; Romeu Braga Monteiro Nogueira da Gama; Alceu Monteiro Nogueira da Gama; José Augusto Monteiro Nogueira da Gama; Isa Monteiro Nogueira da Gama; e Nilza Monteiro Nogueira da Gama.

•• Francisco Xavier Monteiro Nogueira da Gama


Major Sebastião Monteiro Nogueira da Gama e sua esposa Carlota Manso Monteiro da Costa Reis

Fonte: Frederico de Barros Brotero – Família Monteiro de Barros

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

FERNANDO LOBO - A Estação que era um grande armazém de café que vinha de Angustura

Por Mauro Luiz Senra Fernandes






O inicio foi Pântano, terras pertencente ao Comendador Antônio Carlos Teixeira Leite e que era sogro do Barão de São Geraldo.
A localidade chegou se chamar Antônio Carlos.
E, seguindo os trilhos, temos hoje Fernando Lobo, essa simpática e importante localidade, pertencente a Além Paraíba.
Através dos trilhos, como aconteceu com grande parte das localidades da região, assim surgiu Fernando Lobo, que verdadeiramente nasceu Pântano – devido ao terreno local, virou Antônio Carlos e chegou a Fernando Lobo.
O trecho entre o então Porto Novo do Cunha, ponta do ramal de Porto Novo, e a cidade de Ubá foi a origem da Estrada de Ferro Leopoldina.
A Estação do Pântano foi aberta em 08 de outubro de 1874, no primeiro trecho inaugurado por essa ferrovia. Seu nome foi alterado para Antônio Carlos, e, nos anos de 1940, para o atual, Fernando Lobo.
Em frente à estação há um grande armazém, que pertenceu ao Barão de São Geraldo. O Barão era uns dos diretores da Estrada de Ferro Leopoldina.

Barão de São Geraldo

Hoje, esse armazém é a residência dos “Assaf”, família de imigrantes libaneses que criou raízes e ajudou a construir a história local.
Fernando Lobo, lugar bonito, onde Deus pessoalmente pôs as mãos. Assim é o que percebe quem visita a ponte seca – no “remanso”. Local onde as águas do Rio Paraíba do Sul brincam com as pedras, moldando cada uma delas.
É muito bonito de se ver, de se tocar e de se deixar tocar.

Adaptação do texto da jornalista Regiane Maria Rodrigues Jordão

sábado, 14 de agosto de 2010

FAZENDA BARRA DO PEIXE - Além Paraíba - MG

Por: Mauro Luiz Senra Fernandes





Este trabalho aborda a influência da Fazenda Barra do Peixe para o desenvolvimento econômico, social e político para a cidade de Além Paraíba. No período de 1870 a 1900, era o auge do café de Minas Gerais, sendo a moeda circulante que ditavam as regras da sociedade na época.
Constituída pelo Comendador Simplício da Fonseca, a Fazenda Barra do Peixe é um legítimo exemplar das belas fazendas do século XIX, bem representativa de um ciclo tão importante da economia do país.
O Comendador Simplício José Ferreira da Fonseca foi um grande cafeicultor. Construiu a Fazenda Barra do Peixe nos idos de 1850, em estilo neoclássico a qual encontra-se preservada até os dias de hoje.
A Fazenda Barra do Peixe foi assunto de página inteira em uma edição dominical do New York Times e hoje figura entre as vinte cinco mais bonitas do País, se considerarmos as escolhas de um livro, editado em três línguas, pela Abiville Press de Nova York.
A fachada da casa da fazenda Barra do Peixe é imponente, mas, a entrada principal, não. São dezessete janelas na parte superior e quatorze na inferior. A casa tinha um total de setenta janelas, em suas quatro faces, com vidraças de guilhotina externamente, e as janelas de madeiras abrindo para dentro. Existindo três portas dando para fora, todas iguais, não se distinguindo uma das outras.


Sabe-se que nesta fazenda, existiam vários escravos que trabalhavam em diversos trabalhos, como também, havia um escravo destacado somente para esse serviço, abrir as janelas pelas manhãs, mantê-las limpas e fechá-las à tardinha.
A porta da entrada principal se localiza no meio do edifício e, acima da janela que lhe é superior, existe uma espécie de brasão com as letras BP, datado de 1859 com dois ramos de café entrelaçando-se.
Simplício José Ferreira da Fonseca, colaborou na construção da estrada de ferro que ligava a localidade fluminense de Entre Rios e a mineira Porto Novo do Cunha, atual bairro de Além Paraíba, tendo doado todos os dormentes desse trecho da estrada, extraídos da matas de sua fazenda. Como homem inteligente e progressista que era, entendia que a estrada de ferro viria trazer benefícios para a localidade e inclusive para ele próprio, para o escoamento da produção do café.








"Se queres ser universal, fale de sua aldeia" (Tostói)

domingo, 8 de agosto de 2010

MISS ALÉM PARAÍBA - Mulheres Bonitas de Nossa Cidade

Por Mauro Luiz Senra Fernandes


A Miss Além Paraíba,Wanda de Marca e Vânia Beatriz, Miss Minas Gerais



“Honra ao Mérito!” Ainda que tardia...
Era o ano de 1958.
O Hospital São Salvador precisava de ajuda para a Enfermaria Geral que abrigava mais de vinte doentes sem nenhum recurso, mas que necessitavam de tratamento.
Na Rádio Cultura de Porto Novo havia um programa, uma vez por semana, que era porta-voz, modesto, da vida social, cultural e filantrópica da cidade e das cidades vizinhas. Uma noite, recebemos a visita de um grupo de senhoras de médicos, e, entre elas: sra. Esmeralda Perácio de Freitas, sra. Graziela Tepedino Schettino e sua filha Lycia, sra. Wanda Mendes Tepedino, sra. René Fajardo Côrtes, sra. Dra. Moema Lima de Marca, sra. Yolanda Marinho. Algumas, muito tímidas, quase nem falaram, mas todas queriam um “acontecimento” que desse um auxílio para a situação difícil da Enfermaria.
O programa radiofônico seria o propagador do evento, entrevistaria as senhoritas convidadas e, durante quatro semanas, faria o “blá-blá-blá” do que seria a festa da “Glamour Girl de Além Paraíba”. Elas, as senhoras “patronesses”, venderiam os ingressos, de porta em porta, conseguiriam as modistas – de graça – e as lembranças que o comércio daria às vencedoras.
Assim, em noite muito alegre de setembro, com o Cine Brasil de Porto Novo lotado, portas abertas tamanha era a multidão, mais de vinte belas e elegantes moças participaram do concurso, que acabaria por eleger Wanda de Marca (num pretinho de um ombro só, feito em gase-chiffon) a “glamour girl”.
Os “artistas da terra” enriqueceram o show antes da parada de elegância: balé com Mariúsa Perácio, menina ainda, e mais as vozes bonitas das cantoras Gildete Basílio, Ivete Miguel, Dona Zoé Antunes e Dona Juracy Silva. O regional era do Haroldo e o piano, no palco, estava sob o talento de Dona Wanda Tepedino. Todos imbuídos no mesmo propósito: ajudar, socorrer a Enfermaria Geral do Hospital São Salvador.
A partir daí, teve início à “maratona” de festas, bailes, desfiles, concursos. A cidade era conhecida por Porto Novo até mesmo em outras localidades, pois o trânsito pesado entrava pela ponte velha (Porto Novo), passava pela Vila Laroca (rua Cel. Castelo Branco) e saía lá quase em Marinópolis. Era preciso propagar, divulgar a “Cidade, Força e Trabalho”, em toda sua extensão.
O concurso era patrocinado por maiôs Catalina e perfumes Helena Rubinstein e promovido pelos Diários Associados, cujo coordenador em Minas Gerais, era o jornalista Onofre Miranda. Em Além Paraíba, a comissão presidida pelo sr. Oswaldo Perácio elegeu Wanda de Marca a primeira “Miss Além Paraíba”. O programa “Aconteceu” foi a Belo Horizonte a fim de inscrever nossa candidata e assumirmos a coordenação aqui. Em junho de 1959, Wanda de Marca com a faixa vermelha e letras brancas, desfilava no Clube Cassino Poços de Caldas diante uma platéia de mais de mil pessoas, em noite de gala. Seis mãos frenéticas batiam palmas para a alemparaibana que sorria: Dona Diva Ragone, o cronista e jornalista (hoje advogado) Marco Antônio Demarco e eu. Antes, durante uma semana, falávamos para os jornais e rádio daquela cidade, para os de Belo Horizonte, alguns do Sul de Minas e de São Paulo:
- “É verdade, Além Paraíba possui uma das maiores fábricas de papel do País – a Santa Maria – e a CIAP exporta tecidos até para o exterior. A Estrada de Ferro Leopoldina tem lá suas maiores oficinas”.
- “Não! Porto Novo é o bairro comercial, o centro!”
- “Ficamos, assim, pertinho da Capital, Rio de Janeiro, de Petrópolis e Teresópolis, e Juiz de Fora é nossa referência. Pois é, o Sexteto Rex é de lá!”
Era tudo que queríamos: mostrar Além Paraíba! E parece, conseguimos, pois depois de Wanda, vieram outras misses, rainhas, embaixatriz e “as elegantes de Além Paraíba”, todas, e todos, mostravam o que a cidade possuía: seu campo industrial, o bom comércio, a zona rural rica em gado e café, os colégios com internatos que abrigavam jovens de toda esta região.
E assim, num crescente, Marley Baranda foi “Miss Interior” em 1960, num sucesso de classe e elegância no Pic de BH; depois veio a saudosa Maria Yêdda Gomes, a inteligência que recebeu aplausos no Minas Tênis Clube da capital mineira; seguiram a mesma rota de vitórias e aplausos Maria Lúcia Guerra, Marta Rabelo, Solange Couto, Ana Maria Fajardo Côrtes que, no dia de seu aniversário, maio de 1969, trouxe para o município o título de “Miss Minas Gerais” e depois foi a quarta colocada no Maracanãzinho, Rio, no concurso em que Vera Fischer foi eleita “Miss Brasil”. O sucesso de nossas representantes continuou com Zilda Madeira, em 1970, sagrando-se segunda colocada em meio a mais de quarenta e cinco belas mineiras. Já com outro coordenador, Mônica de Araújo Teixeira Côrtes repetiu o sucesso de Aninha, e arrebatou o título de “Miss Minas Gerais”, foi eleita a “Rainha das Américas”, vencendo as candidatas dos Estados Unidos, Canadá, Venezuela e da própria Colômbia.

Assim, durante anos, antes e depois, independentemente de idade, essa moças, e muitas outras, sempre se mostraram preocupadas em ajudar, com sua simpatia e elegância, inteligência e disponibilidade, ao Hospital São Salvador, Asilo Ana Carneiro, Lactário São José, as Caixas Escolares de nossas escolas públicas, as famílias doentes e carentes, as Igrejas, Vicentinos, etc. Foi uma seqüência de eventos, sempre filantrópicos, com a participação de Carmélia Esquerdo (Embaixatriz do Turismo), Zuleida Curty, Maria Aparecida Ragone, Sônia Penedo Corrêa Pinto, Maria da Glória e Regina Guarinelo, Wanda e Marly Marinho, Neide e Berenice Pereira Ribeiro, Emiliana e Terezinha Marcondes Côrtes, Vera e Marize Ferreira da Cruz, Anamaria e Ângela de Castro Netto, Eliane e Rizza Schettino, Regina Célia Bezerra, as saudosas Vera Muraglia, Vera Lúcia Fagundes, Leila Taranto, Maria Helena Pereira Senra; Regina Santos Junqueira, Sônia Maria L. Menezes, Nilza e Márcia Villela Reis, Heliana Mary Passos, Marília Barreto, Stella Maris e Telma Taranto, Márcia Torres, Sirlene Passos, Aninha M. Ferreira, Marília Costa, Leninha Teixeira Rios, Regina Lúcia de Paula, Lúcia Maria Brum Ferreira, Ionice Pissolato, Vera Lúcia Brum, Célia Marinho, Marta Povoleri, Majumeia Cordeiro, Sônia Manes, Ângela Bastos, Waldete Mendes Costa, Ana Maria Gonçalves, Marta Stewart, e tantas e tantas outras que sempre se dispuseram a ajudar, durante anos e anos. Enquanto eu viver, guardarei no pensamento e no coração esses nomes e essas ternas lembranças. Pode até parecer fútil, mas foi muito importante – é oportuno honra ao mérito. Nunca é tarde...
Além Paraíba, sei agradecer.
Professor Edson Santos
Anos Dourados de Além Paraíba
Ana Maria Fajardo Côrtes

Vera Fischer é recepcionada em Além Paraíba (Rex Club)- na foto o Dr. José Oswaldo Castro Netto, Vera Fischer e a Sra. Lourdes Perez Perácio

Zilda Madeira