segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

FAMÍLIA MORAIS SARMENTO EM MINAS GERAIS

Por Mauro Luiz Senra Fernandes


Sarmiento, originários da Espanha, que encontraram em Portugal, exatamente ao Norte, na Região de Trás-os-Montes (onde na cidade de Bragança há um túmulo do primeiro Sarmento, nome aportuguesado), os Morais, pequeno lugarejo assim denominado, também em Trás-os-Monte, os Morais se juntaram aos Sarmento, tendo início a Família Morais Sarmento, que se espalharam não só no Norte ao Sul de Portugal, como também no Norte e Sul do Brasil.

Os Morais Sarmento é uma tradicional família de Portugal, cujas origens remontam a influente e conservadora aristocracia portuguesa dos séculos passados e altos escalões do exército. Os seus representantes ocuparam poderosos cargos políticos desde os séculos XVII e tiveram uma imensa quantidade de propriedades no Império Português.

No Brasil a família deixou descendência, pois a Corôa enviou alguns Morais Sarmento para representar os interesses portugueses na época do Brasil Colônia e os descendentes destes se estabeleceram em território brasileiro, exercendo posteriormente importantes funções no Império. Um dos representantes desta família em São José do Xotopó,  Minas Gerais o Capitão Mor Manoel de Moraes Sarmento que era natural natural de Braga - Portugal, filho de Brás Borges Rabelo e Catharina de Moraes Sarmento, casado com Ritta Maria de Jesus e falecido em junho de 1821. 

"Analisando o Livro nº. 2 do Cartório de 1º Ofício de Rio Pomba percebemos uma nítida transformação na forma de se relacionar com a terra quando inclusive alguns índios venderam as terras em que habitavam ao Guarda Mor Manoel de Moraes  Sarmento. O valor pelo qual venderam suas terras foi significativamente baixo (150$000), especialmente se comparado aos preços encontrados em outras transações.

O Guarda Mor Manoel de Moraes Sarmento e Ritta Maria de Jesus tiveram os filhos conforme inventário do Arquivo Histórico Casa setecentista - IPHAN - Mariana MG (10/08/1821):

* Francisco de Moraes Sarmento, nascido no ano de 1809 (Ramo do Município de Guarany - Minas Gerais);

* Fortunato de Moraes Sarmento, nascido no ano de 1913 (Ramo do Município de Santo Antonio do Aventureiro e Miraí - Minas Gerais);

* Daniel de Moraes Sarmento, nascido no ano de 1815, casado com Anna Luiza de São José, (Ramo do Município de São João Nepomuceno - Minas Gerais;

* Manoel de Moraes Sarmento, nascido em 1817;

* Francisca de Moraes Sarmento, nascida em 1820;

* e Justiniano de Moraes Sarmento, filho natural de Manoel de Moraes Sarmento, nascido no ano de 1823.

O Cel. Fortunato de Morais Sarmento, filho do Guarda Mor Manoel de Moraes Sarmento, com o esgotamento do ouro na região de Guarapiranga, transferiu-se para região do Rio Pomba, juntamente com outros parentes que se instalaram em Tabuleiro do Pomba, Guarany, Rio Novo, Descoberto, São João Nepomuceno e Santo Antônio do Aventureiro, para cultivar a nova riqueza que era o café.

Correspondência do Cel Fortunato de Morais Sarmento para seu futuro genro Cap. Prudente José Teixeira de Aguiar

Maria do Carmo Nascimento Sarmento - "Dona Nhanha" e sua filha Ritta Fortunata do Carmo Ribeiro

O Cel. Fortunato de Morais Sarmento nasceu em 1813 e faleceu aos sessenta e dois anos de idade em Santo Antônio do Aventureiro, no dia 19 de maio de 1883 de gastrite. Foi casado com Dona Maria do Carmo Nascimento Sarmento – "Dona Nhanha" e tiveram os seguintes filhos:

• Quirina Fortunata do Carmo de Aguiar (Sinhazinha), nascida em 04 de junho de 1846, em Tabuleiro do Pomba, faleceu no dia 28 de maio de 1933, na cidade de Miraí, casada em 20 de maio de 1864 com o Capitão Prudente José Teixeira de Aguiar, natural de Minas Gerais, nascido em 1838, filho de José Teixeira de Aguiar e Dona Francisca Luiza de Jesus, era proprietário da Fazenda do Bosque em São Domingos do Aventureiro, faleceu aos quarenta e seis anos de idade, de lesão no coração no dia 12 de abril de 1884 e tiveram os filhos:

•• Sophia do Carmo de Aguiar Silva, batizada em São José de Além Paraíba no dia 11 de fevereiro de 1867 e casada com José Custódio Corrêa da Silva, filho de José Custódio da Silva e Dona Francisca Cândida Corrêa Netto da Silva;
•• Maria do Carmo de Aguiar Araújo, nascida em 25 de março de 1868, batizada em São José de Além Paraíba no dia 26 de junho de 1868 e foi casada com Antônio João Araújo, filho de Raymundo de Araújo e Silva e Dona Antônia Luiza da Costa;
•• Luiza do Carmo de Aguiar Teixeira, nascida em 20 de junho de 1872, foi casada com Antônio Virgílio Teixeira, filho do Cap. João Evangelista Teixeira e Dona Sebastiana Augusta Teixeira;
•• Alfredo José Teixeira de Aguiar, nascido em 21 de abril de 1874 e foi casado com Dona Guilhermina Furtado de Mendonça de Aguiar, filha de José Clemente Furtado de Mendonça e Rosa Angelica de Oliveira, e neta paterna do Cap. Clemente Furtado de Mendonça e Maria Joaquina de Mendonça.;
•• Oscar Teixeira de Aguiar, nascido em 13 de julho de 1876, casou-se em Santo Antônio do Aventureiro no ano de 1898, com a prima Leonor Augusta do Carmo Ribeiro de Aguiar, filha do Capitão Antônio José Ribeiro e Dona Ritta Fortunata do Carmo Ribeiro;
•• Ozório Teixeira de Aguiar, nascido em junho de 1880 e faleceu em 5 de setembro de1882,
•• Theodomiro Teixeira de Aguiar (Miro), nascido em 11 de agosto de 1879, foi cirurgião dentista na cidade de São João Nepomuceno, formado na Inglaterra e a profissão passou os ensinamentos para o seu filho Prudentinho. Foi casado com Dona Henriqueta Furtado de Mendonça de Aguiar (Queta – irmã de sua cunhada Guilhermina), filha de José Clemente Furtado de Mendonça e Rosa Angelica de Oliveira, e neta paterna do Cap. Clemente Furtado de Mendonça e Maria Joaquina de Mendonça.. Faleceu em 1918, após acidentalmente ser ferido numa caçada na Vila de Angustura e por pertencer a Maçonaria foi condenado pela Igreja Católica ser sepultado em pé, condenação executada pelo padre Aristides Porto;
•• Francisca do Carmo de Aguiar, nascida em 29 de janeiro de 1881 e faleceu em 12 de março de 1883;
•• Bernardina do Carmo de Aguiar Pereira (Sinhá), nascida em Santo Antônio do Aventureiro no dia 20 de maio de 1883 e casou-se no dia 24 de junho de 1899, em Porto de Santo Antônio (Astolfo Dutra) com Cel. Antônio Pereira de Jesus, filho de José Pereira de Jesus e Dona Ambrozina Francisca de Azevedo Pereira.
Quirina Fortunata do Carmo de Aguiar, suas filhas Luiza do Carmo de Aguiar Teixeira e 
Bernardina do Carmo de Aguiar Pereira e ainda, seus netos Antônio e Edith

• Roberto de Morais Sarmento, casou-se em Santo Antônio do Aventureiro em 8 de novembro de 1879, com Anna Josephina Netto - Ninica, filha de João Baptista Corrêa Netto e Porcina Justina do Nascimento e alguns de seus filhos foram:

•• João de Morais Sarmento, nascido em 07 de outubro de 1880, foi batizado em 01 de janeiro de 1881 e faleceu meses depois;
•• Fortunato de Morais Sarmento Netto, nascido em 15 de abril de 1884 e foi batizado em 26 de abril de 1884;
•• Maria do Carmo Morais Sarmento;
•• Adalbeto de Morais Sarmento, batizado em 28 de fevereiro de 1891, sendo padrinhos Severino de Morais Sarmento e Maria do Carmo Pereira.

Maria do Carmo de Moraes Sarmento e seu esposo José Weiss.

• Joana Fortunata do Carmo Machado, nascida em 1843 e casou-se em São José de Além Paraíba em 1859, com José Jorge Machado, nascido em 1815, não tiveram descendentes e faleceram na cidade de Miraí.

• Ritta Fortunata do Carmo Ribeiro, casou-se em São José de Além Paraíba em 06 de setembro de 1873, com o português Capitão Antônio José Ribeiro (Ribeirinho), proprietário da Fazenda Limoeiro em Santo Antônio do Aventureiro e tiveram os filhos:

•• Christiano Joaquim Ribeiro, nascido em 16 de agosto de 1874 e foi batizado em 18 de outubro de 1874 em Santo Antonio do Aventureiro. Foi casado com Alice Teixeira Ribeiro, filha do Cap. João Evangelista Teixeira e Dona Sebastiana Augusta Teixeira;
•• Leonor Augusta do Carmo Ribeiro de Aguiar, nascida em 21 de abril de 1882 em Santo Antônio do Aventureiro, casada com o primo Oscar Teixeira de Aguiar, filho do Capitão Prudente José Teixeira de Aguiar e Dona Quirina Fortunata do Carmo de Aguiar;
•• Maria Augusta Ribeiro - Sinhazinha, casada com o primo Ademar Corrêa da Silva (Sinhô), que era filho de José Custódio Corrêa da Silva e da prima Sophia do Carmo de Aguiar Silva. Ademar Corrêa da Silva casou-se em segundo matrimônio com Sebastiana Ribeiro (Taninha), filha de seu cunhado e primo Christiano Joaquim Ribeiro e Alice Teixeira Ribeiro;
•• Affonso Ribeiro, nascido em Santo Antônio do Aventureiro em 18 de agosto de 1878 e batizado em 30 de novembro de 1878 e faleceu na primeira infância;
•• Antônio José Ribeiro Filho, nascido em Santo Antonio do Aventureiro em 14 de dezembro de 1885 e batizado em 12 de abril de 1886 e faleceu na primeira infância;
•• Antônio José Ribeiro Filho (Zicote), nascido em 10 de dezembro de 1887 e batizado em 19 de janeiro de 1888. Foi casado com Mariquinhas Teixeira Ribeiro
filha do Cap. Álvaro dos Santos Teixeira e Dona Theodolina Ferreira Teixeira (Dulica) ;
•• Graciano José Ribeiro, casado com Maria Ribeiro (Maricota).

Ritta Fortunata do Carmo Ribeiro e seu esposo Cap. Antônio José Ribeiro

Cel. Christiano Joaquim Ribeiro

Família Ribeiro em Além Paraíba

Cecília Fortunata do Carmo Pereira e seu esposo Justino Alves Pereira


• Cecília Fortunata do Carmo Pereira, nasceu em 24 de agosto de 1856, em Limoeiro, faleceu em 24 de outubro de 1934 em Miraí, Casou-se em São José de Além Paraíba em 12 de junho de 1875 com Justino Alves Pereira, natural da Freguesia de São João de Portella, Arcebispado de Braga – Portugal, nascido em 12 de dezembro de 1846, era filho de Miguel Pereira e Dona Maria Alves, foi grande proprietário da Fazenda da Cachoeira na cidade de Mirai e tiveram os seguintes filhos:

•• Affonso Alves Pereira, nascido em Santo Antonio do Aventureiro em junho 1878 e batizado em 03 de novembro de 1878. Casou-se em primeiro matrimônio com Maria Dinah Sarmento Alves Pereira, filha do industrial Severiano de Morais Sarmento e em segundo matrimônio, com Laura Barbosa Alves Pereira, filha de Luiz Antônio M. Barbosa e Cecília Horta Barbosa. Em Mirai, tornou-se agricultor famoso, industrial, banqueiro e grande benemérito;
•• Fortunato Alves Pereira, nascido em Santo Antônio do Aventureiro em 26 de setembro de 1880 e batizado em 18 de dezembro de 1880, tornou-se grande fazendeiro e político me Mirai;
•• Constança Alves Pereira, nascida em Santo Antônio do Aventureiro em julho de 1885 e faleceu em 08 de novembro de 1885;
•• Justino Alves Pereira Junior, nascido em Santo Antônio do Aventureiro em 09 de junho de 1889 e casou-se com Guiomar Barbosa Alves Pereira, filha de Luiz Antônio M. Barbosa e Cecília Horta Barbosa.
Partido Republicano Miraense na emancipação de Miraí. Em pé da esquerda (segundo 
e terceiro)os irmãos Justino Alves Pereira e Affonso Alves Pereira

Jazigo da primeira esposa de Affonso Alves Pereira - Maria Dinah Sarmento Alves Pereira,
 filha do industrial Severiano de Morais Sarmento, no Cemitério Municipal de Juiz de Fora

Morais Sarmento em Juiz de Fora

O empresário Severiano de Almeida Moraes Sarmento era natural de Rio Novo, Minas Gerais, em 1867. Em 1887, ocupava-se no comércio do café; depois entrou para o comércio de todos os gêneros do país e estrangeiros, onde se conservou até 1908, casado com Maria do Carmo Pereira.

Transferiu-se para Juiz de Fora, fundando em 1908 a Fábrica de Fiação e Tecelagem Morais Sarmento. Manufatura de tecidos de algodão, tais como algodões crus, zefires, riscados, brins, toalhas etc., e fabrica também brins de linho.

Morais Sarmento em São João Nepomuceno - Descendentes do Guarda Mor Manoel de Moraes Sarmento e Ritta Maria de Jesus.



Daniel de Moraes Sarmento Junior era natural do Município de Rio Novo tendo nascido em 05 de novembro de 1864, era filho de Daniel de Moraes Sarmento e de D. Anna Luiza de São José.

Foi em O1 de julho de 1886 que se transferiu para São João Nepomuceno e em 09 de setembro de 1889 casou-se com a Sra. Dona Maria Petronilha de Moraes Sarmento - Dona Cota Sarmento, filha de Antonio Flodoardo Cardoso.

Daniel Sarmento foi chefe da casa comercial Sarmento e Cia e mais tarde da firma Sarmento Irmãos e Cia e em 20 de janeiro de 1894 iniciou junto com outros cidadãos a formação d a Companhia de Tecidos Mineiros cabendo-lhe. Mas a Fabrica teve vida curta e foi resolvida em assembléia a venda do acervo em 12 de dezembro sendo então aceita a proposta feita pelos irmãos Francisco Daniel de Moraes Sarmento, Emygdio de Moraes Sarmento e o maior acionista Daniel de Moraes Sarmento
A fabrica então passa a pertencer a Sarmento Irmãos & Cia. Portanto em 14 de julho de 1895 foram inaugurados os trabalhos.

Daniel Sarmento foi o precursor da iluminação elétrica em São João tendo para isto instalado uma rede de energia elétrica e de telefone não só para sua indústria, mas também para sua residência.
Em 01 de novembro de 1897 foi eleito vereador pelo Partido Republicano Mineiro e em janeiro de 1898 foi eleito Vice Presidente e reeleito ao cargo durante toda legislatura. No ano de 1900 novamente é conduzido a Câmara e por seus pares é novamente eleito Vice Presidente daquela Casa de Leis e o foi até o fim do mandato.

Daniel Sarmento veio a falecer em 17 de dezembro de 1908 contando apenas com 44 anos.

 

Morais Sarmento em Guarani  - Descendentes do Guarda Mor Manoel de Moraes Sarmento e Ritta Maria de Jesus

Na metade do século XIX, surgiu o povoado denominado Espírito Santo do Cemitério, que em 1881 passaria a se chamar Guarani.

Em novembro de 1882, transferiu-se residência para o arraial de Guarani o Cel. Avelino de Morais Sarmento que, mais tarde, governou o município emancipado. Em 1883, seu pai, Francisco de Morais Sarmento Júnior instalou-se também com toda a sua família.