segunda-feira, 29 de setembro de 2014

JOSÉ MERCADANTE - UM ITALIANO EMPREENDEDOR EM ALÉM PARAÍBA

Por Mauro Luiz Senra Fernandes



Titulo de Comendador recebido pelo Vaticano

Nasceu na Itália em Tramutola, província de Basilicata, a 10 de julho de 1883. Era filho de Antonio Mercadante e Rosa de Marca. Aos quatro anos de idade, seus pais emigraram para o Brasil, e vão se juntar aos parentes que estão morando no distrito de Itapiruçu, município de Palma no estado de Minas Gerais.

Aos dezenove anos, visita a Itália juntamente com seus pais e se casa com a italiana da Calábria, Carmelita Taroni, que não se adaptou a vida no Brasil e volta para Itália desfazendo o casamento sem filhos.

Os horizontes se abrem para o seu futuro. Seus parentes são todos profissionais da indústria de madeira e Mercadante se introduz na fabricação e venda de dormentes para as ferrovias que penetram na região. A madeira apenas destinada à transformação em dormentes, passa também pelas máquinas de carpintaria e marcenaria, transformando-se em artefatos de construção civil e mobiliário.

Juntamente com patrício Antonio Taranto, criam a empresa "Taranto & Cia" em Itapiruçu. Sem perspectiva de crescimento no lugarejo, desfaz com o amigo Taranto a sociedade e se transfere para o Rio de Janeiro com o primo Luiz de Marca e cria a empresa "José Mercadante & Cia". Em Itapiruçu deixa, seus agentes madeireiros encarregados da aquisição do produto.

Se transfere  para a cidade de Além Paraíba - Minas Gerais e em 1921, cria a empresa "Mercadante, Pereira e Cruz". Aumenta as responsabilidades de "Mercadante & Cia", atraindo sócios os senhores Henrique de Marca, João Rozante e o Dr. Antônio Augusto Junqueira, chefe político municipal e banqueiro.

Ainda em 1921, admite ao complexo industrial representantes das classes conservadoras do município de Além Paraíba, e com Affonso Salvio, Leonardo de Freitas e José Teixeira Bastos, funda a "Fabrica de Papel Santa Maria", a "Fabrica de Meias Iraci" e a "Mecânica Santa Helena". Expande-se o parque industrial de Além Paraíba, desenvolvendo o seu comércio e o seus mercado de trabalho.

Equipa as serrarias, carpintarias e marcenarias com modernas máquinas e passa a produção em grande escala de móveis, esquadrias, portas, janelas e demais peças de consumo em construção civil.

A Estrada de Ferro Central do Brasil possui, junto a Estação de Porto Novo, uma área de mais ou menos dez mil metros quadrados, que cede ao empresário para estocagem de madeira bruta, e permite-lhe ramais de extensão das linhas a serviço da industria. Em pouco meses o espaço se cobre de toras.

Além Paraíba demarca suas fronteiras  como centro industrial e comercial de Minas Gerais. A cidade guarnece de bons restaurantes e de hotelaria  de bom nível para recepcionar os viajantes, turistas e homens de negócios. 

Em 1932, monta em Simplício, localidade próxima a poucos quilômetros do centro da cidade, uma cerâmica para produção de tijolos e telhas.

O algodão, matéria prima da industria de tecidos da cidade, é todo importado. Com a sua visão empreendedora, José Mercadante funda a "Algodoeira",  aparelhada modernamente para descaroçar o algodão e entregá-lo beneficiado à fabricação de tecidos. Da semente extrai o óleo comestível e do resíduo produz a torta para enriquecimento da ração do gado leiteiro. A produção da torta excede o consumo municipal e a sobra é exportada para a Inglaterra.

Implanta ao lado da Fabrica de Papel Santa Maria a indústria de laminação de madeira, modernizando a fabricação de compensados.

Constrói cinquenta casas no bairro do Porto Velho, para amenizar a carência de habitações na cidade. O conjunto é batizado com o nome de "Vila José Mercadante", e destina-se aos profissionais de seu parque industrial. São construções de alvenaria com conforto de habitação de classe média.

Seu nome se projeta no economia nacional.

Adão Pereira de Araújo, outro grande empreendedor de Além Paraíba, desaparece do cenário econômico e José Mercadante adquire os bens do espólio, incorporando ao seu complexo industrial a "Companhia Força e Luz de Além Paraíba", cessionária do fornecimento de energia elétrica da cidade, inclusive do transporte coletivo de passageiros por bondes elétricos, laticínios com a pasteurização do leite, fabrica de gelo e produção de manteiga.

Atendendo à convocação do jornalista Assis Chateaubriand, doa à sua campanha de criação de "Aero-Clubes" nas cidades prosperas do território nacional, para a formação de pilotos da reserva aeronáutica-civil, um avião, que batiza com o nome de "Raposo Tavares". É criado o "Aero Clube de Além Paraíba".

Na política municipal, indica para a intendência, o primo e sócio Luiz de Marca, que, no período de 1941 a 1945, administra o município alemparaibano.

Crio a gráfica Além Parahyba e edita o jornal semanal e se torna leitura obrigatória na cidade - o "Alé Parahyba".

É agraciado pelo Vaticano com a Ordem de Comendador.

Desfeito o seu primeiro casamento, constitui novo com Honorina Maria da Cruz.

Faleceu em 1945, deixou um rastro de desenvolvimento nunca visto nessa cidade, verdadeiro simbolo de Além Paraíba.


 Inauguração da Fabrica de Papel Santa Maria

O empresário Affonso Salvio, um dos sócios de Mercadante na fundação da Fabrica de Papel Santa Maria

Jornal Além Parahyba


Fonte: Amil Alves

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O CAFÉ NA ZONA DA MATA MINEIRA





Fazenda Saracura - Bicas MG

Fazenda Santa Fé - Mar de Espanha MG

Jardim da Fazenda Santa Fé - Mar de Espanha MG




FOTO CONTANDO HISTÓRIA...







Posto Fiscal em Porto Novo - anos 30

terça-feira, 9 de setembro de 2014

AS FOTOS FAZENDO HISTÓRIA...

Vila Laroca no passado histórico de Além Paraíba...
A antiga e histórica Rua Marechal Floriano em Porto Novo...a estrada de ferro e a linha do bonde...
Porto Novo do transporte...
Porto Novo na politica...
Porto Novo empresarial e desenvolvido...
O contraste de Porto Novo em Além Paraíba...