quinta-feira, 9 de julho de 2020

ALÉM PARAÍBA HISTÓRIA MAURO SENRA - HONORATA FERNANDES E AMBROZINA FERNANDES DE SOUZA – MULHERES DE FIZERAM PARTE DA HISTÓRIA DE ALÉM PARAÍBA


Por mauro Luiz Senra Fernandes



Poucas mulheres e ainda tão poucas representantes da raça negra tiveram a notoriedade no inicio do século vinte em Além Paraíba como Honorata Fernandes, conhecida com “Sá” Honorata.

Nasceu em São Manoel MG no ano de 1853, vindo para Além Paraíba em 1904, juntamente com seu marido, o ferroviário Germano Fernandes, exercendo uma função sagrada que lhe proporcionou muito respeito e afeto entre as famílias alemparaibanas. Parteira das mais conhecidas, citada em vários textos do historiador Octacílio Alves Coutinho, “Sá” Honorata fixou residência no Morro da Conceição com seu esposo e os filhos: Ambrozina, Amélia, Germano e Genesínio.

Foi considerada a segunda “mãe” de grande números de alemparaibanos, uma mestra na função de parteira, inclusive respeitada por médicos que não criavam obstáculos no desempenho de seu trabalho. A cada momento, dia ou noite, tempestuoso ou calmo, era chamada em sua resid~encia, sempre pronta para auxiliar uma parturiente e colaborar com a vida de mais um alemparaibano ou alemparaibana.

“Sua presença era sinal. O sinal que as crianças eram privadas de assistir. Na casa era aquele movimento, ocorria ao perfume dos defumadores, roupas impecavelmente brancas e desinfetadas em enormes latas d’água fervente ou em tachos de bronze, espalhando vapores por toda parte. E latas de marmelada entravam a cada momento no quarto e pratos de canja de galinha que serviam  de alimento a futura mamães” Octacílio Coutinho.

“Sá” Honorata faleceu em 1951, aos noventa e oito anos, deixando saudades daqueles que lhe tinham gratidão.

A continuidade ao trabalho de Honorata Fernandes foi seguido por sua filha Ambrozina, que também nasceu em São Manoel, no dia 8 de outubro de 1901. Ambrozina estudou no Liceu Operário e trabalhou na Companhia Industria de Além Paraíba (CIAP), sendo a primeira mulher a exercer o cargo de tecelã naquela importante empresa alemparaibana.

Como parteira seguidora dos passos da mãe, também se destacou e trazia com ela o orgulho de não  ter dito nenhum óbito em suas mãos. Exerceu a sagrada função até a idade de 75 anos, passando a seguir a somente orientar as mães alemparaianas que procuravam como agir nos banhos dos rebentos e na cura do umbigo.

"Sá"Honorata e o grande amigo admirador Jarbas Neto 

 Germano Fernandes

 Ambrozina Fernandes de Souza