segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

HENRIQUE STORANI - UM OPERÁRIO ALEMPARAIBANO

Por Mauro Luiz Senra Fernandes





“Na discussão dos problemas trabalhistas, nas atitudes que me couber tomar em nome do povo de Além Paraíba, serei sempre um homem livre a falar a um povo livre. Meu caminho está traçado e dele não me afastarei”. H.S.


“Já se pode, em sã consciência e alegria, gozar a vitória e Humberto Côrtes Marinho, Professor Silvio Rodrigues maia e seus companheiros de luta da mais memorável campanha eleitoral de quantas se têm travado em Além Paraíba.

O povo já se manifestou regozijante através daquela manifestação monstro havia na Praça da República na noite de quinta-feira.

O que nos confrange o coração, porem, é aquilo que bem se pode denominar o “affaire” Henrique Storani.

Legitimo líder da classe operária, foi esse vereador do PTB o mais votado em todo Município de Além Paraíba, o que dá ideia de seu enorme prestígio.

Contra ele se voltaram os ódios de um partido adversário em franca decadência no Município, tendo-se em vista que não conseguiu votação para eleger um só vereador, acusando seu delegado local, injustamente, a Henrique Storani de comunista.

Acusação falsa, sem base ou fundamento, visando a cassação do mandato desse operário decidido, que se tem um defeito é certamente o de se dedicado à classe, que nele confia e dele muito espera. Por isso mesmo sufragou em massa seu nome, numa espontaneidade digna de realce no Município. Pobre e simples, Storani é mais uma vitima da nefasta política aqui implantada por gente que não faz outra coisa senão perseguir os adversários, mas, cujo fim, graças a deus, chegou com grande vitória eleitoral de 3 de outubro alcançada pelos candidatos da Coligação.

Henrique Storani pode confiar os seus amigos, não está sozinho nessa fase difícil de sua vida. Vigilantes, estamos trabalhando no sentido de que tudo se esclareça. Aqui, em Belo Horizonte, no Rio de janeiro, onde for preciso, lutaremos pelos direitos do nosso companheiro de campanha, olhos fitos na justiça e na verdade humana, cujas luzes, hoje ou amanhã, hão de convergir sobre os que, como Storani, se empenham até o fundo para que se não afoguem da face da terra.”

Fonte: A Gazeta – 17 de outubro de 1954