Muitas estradas surgiram depois e cada ferrovia tem sua própria história. O apelo popular do trem era muito grande, sobretudo em Além Paraíba. Ir à estação era, antes do advento do rádio e da televisão, o contato humano mais importante das pessoas. Quem não tem saudade da “Maria Fumaça” que obrigava o passageiro a utilizar um guarda pó branco para proteger das incômodas fagulhas? A locomotiva a vapor, ou melhor, a “Maria Fumaça”, como era carinhosamente chamada, exercia um fascínio sobre os amantes da ferrovia que perdura até os nossos dias.
Por tudo isso, é importante conhecer um pouco da história que, muitas vezes, se confunde com a própria história do Brasil. Até porque, diz um ditado: “quem não conhece a história corre o risco de repeti-la”.
A Estrada de Ferro no Brasil
O Comendador Irineu Evangelista de Souza – o Barão de Mauá, foi indubitavelmente, o criador de uma nova era para o Brasil quando, em 12 de junho de 1852, planeja e constrói os primeiros quilômetros da linha férrea em solo brasileiro.
Em 16 de dezembro de 1856, a linha chegava à Raiz da Serra. O sonho de Mauá terminou quando, em fevereiro de 1855, o governo imperial anunciou a assinatura do contrato com o inglês Edward Prince para a construção da primeira seção da Companhia Estrada de Ferro Dom Pedro II, cujo nome não deixava dúvidas quanto ao patrocinador do empreendimento. É fácil concluir que Mauá, ao saber que o Comendador Mariano Procópio Ferreira Lage ganhara concessão no mesmo ano de 1852 para a construção da Estrada de Rodagem União Indústria, entre Petrópolis e Juiz de Fora, vislumbrou a possibilidade de integrá-la com sua estrada. Tanto é que, em 13 de dezembro de 1852, o Governo Geral, pelo Decreto 1.088, deu-lhe, também, a concessão da Estrada de Ferro de Petrópolis ao Rio Paraíba, nas imediações do lugar denominado Três Barras e, a partir de então, a Porto Novo do Cunha. Uma das condições do contrato dizia: “Os favores deste contrato ficam extensivos à parte do caminho de ferro que a companhia fizer, de acordo com a estrada com a que contratara com a mesma província, desde o litoral até a raiz da referida serra”.
Terminada a Estrada de Rodagem União Indústria, as mercadorias da área mais rica de Minas Gerais eram entregues à Estrada de Ferro Mauá que passou a dar lucro, atingindo o dividendo de 17% em 1867. Quando a Estrada de Ferro Dom Pedro II chegou a Entre Rios, em 1869, todo transporte de cargas da estrada de Mariano Procópio passou para os trens da Dom Pedro II, com resultados catastróficos para a empresa de Mauá que, daí em diante, não conseguiu mais se equilibrar. Em 1890, a Estrada de Ferro Mauá foi incorporada à Leopoldina que estava em plena expansão.
Estação Ferroviária de Porto Novo
Fonte: Adaptação do texto de “150 Anos do Trem” de René Fernandes Schoppa
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