Muitos pensam que o nome provém de uma homenagem a Imperatriz do Brasil - Dona Leopoldina, primeira esposa de Dom Pedro I – tal, porém, não é real.
Em 1871 foi autorizada a construção de uma estrada de ferro que, partindo de Porto Novo do Cunha, fosse até à cidade da Província de Minas Gerais, Leopoldina. A companhia que então se organizou adotou o nome de “Companhia Estrada de Ferro Leopoldina”. Com o correr dos tempos essa companhia foi construindo novas linhas e adquiriu outras, sempre conservando seu primitivo nome.
O Decreto Imperial de 27 de março de 1872, concedeu ao Engenheiro Antônio Paulo de Mello Barreto, autorização para organizar uma companhia para construir aquela estrada. As três primeiras estações em 8 de outubro de 1874 foram abertas ao tráfego com a inauguração das Estações de São José, Pântano (atual Fernando Lobo) e Volta Grande. À festa inaugural compareceu S.M. o Imperador D. Pedro II e sua comitiva, os conselheiros do império José Fernandes da Costa Pereira, Christiano Ottoni, Ignácio Marcondes de Mello, Manuel Buarque de Macêdo, Bento Sobragy, além de várias autoridades da província e da região. Nessa região a ferrovia só chegava até a estação de Porto Novo do Cunha.
A ferrovia continuou crescendo. Pouco depois eram inauguradas as estações de São Luiz e Providência. Em grande atividade os trabalhos das construções continuavam e, em curtos intervalos, foram entregues ao tráfego em julho de 1867 as estações de Leopoldina e Meia Pataca (atual Cataguases); já 120 quilômetros estavam concluídos. A companhia resolveu passar a adquirir outras pequenas já existentes para ligar à sua linha principal.
Nos idos de 1890 foram inauguradas as oficinas de Além Paraíba, umas das maiores para reparação de material ferroviário do País.
Em 1891, já abrangia 2.127 quilômetros nas Províncias de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Em 1897 foi organizada em Londres a “The Leopoldina Railway Company Ltd”, que começou a funcionar no Brasil no ano seguinte, chamando para si todos os bens e empreendimentos da antiga Estrada de Ferro Leopoldina. Com o enfraquecimento da lavoura de café na região, a substituição de plantações por pastagens e o empobrecimento do solo contribuiram para impedir o progresso da ferrovia.
No ano de 1957, a Rede Ferroviária Federal encampou a “The Leopoldina Railway Company Ltd” e na década de 1970 aconteceu o auge do declínio da ferrovia em Além Paraíba.
Fonte: Além Paraíba na História da Capitania de Minas Gerais – Egberto Mattos e Revista Além Paraíba Cidade Especial – jornalista responsável: Renata Reis.
Próximo ao porto de onde partiam as barcas para a travessia do Paraíba, na chácara denominada “Boa Vista” que pertenceu, em 1856, ao Dr. Antônio de Moura Ruas e que foi vendida a Idelphonso José dos Santos, instalou-se a Estação de Porto Novo. Era confrontante de tal posse Luiz de Souza Breves que se julgava dono dela, como conseqüência de medição mal feita de sesmaria. Ingressou em Juízo e, logo a seguir, fez um acordo.
Belíssima reportagem com valor inestimável da cultural Além Paraibana.
ResponderExcluirDá-lhe Mauro Senra
Olga Itaborai
Mauro, conheci seu blog sobre a belíssima Além Paraíba hoje, 7 de agosto. Muito bom resgatar a história do Brasil, não? Agora, o seguinte: a estação de Porto Novo foi construída e operada pela Central do Brasil (e sua antecessora, E. F. D. Pedro II) até 1964, pelo menos. Somente depois foi passada para a Leopoldina, principalmente depois de 1964, ano em que a EFL fechou a linha de Petrópolis e passou a subir a serra somente pela Linha Auxiliar. Alem Paraiba era a divisa entre as duas ferrovias: uma estação, a que tem o nome da cidade, era da EFL e Porto Novo da Central. O fato de a bitola ter sido estreitada em 1913 pela Central para prolongar a Auxiliar até a cidade permitiu à EFL usar a linha Auxiliar por acordo com a Central. Para a Central, a linha Auxiliar era de pouca valia - um mau negócio, nefim, e empurrá-la para a EFL aos poucos resolvia parte do problema. Oficialmente, somente em 1973 a linha Auxiliar e a estação de Porto Novo passaram a pertencer à EFL. Dois anos depois, com o desaparecimento definitivo dessas ferrovias, transformadas em zonas administrativas sem nomes mas com números, pela RFFSA, as linhas passaram a ser somente da RFFSA, e, como disse, as ferrovias dela formadoras desapareceram operacionalmente. Abraços Ralph - www.estacoesferroviarias.com.br
ResponderExcluirUm país sem memória. Que vergonha
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