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sexta-feira, 20 de julho de 2018

ALÉM PARAIBA HISTÓRIA - BARONESA DE GUARAREMA - FRANCISCA DE SOUZA MONTEIRO DE BARROS E ELISEU VISCOTI



Baronesa de Guararema, 1892 Eliseu Visconti (Itália, 1866 — Brasil, óleo sobre madeira, 21 x 13 cm Coleção Particular

Dona Francisca de Souza Monteiro de Barros, Baronesa de Guararema por seu casamento com seu tio materno, Luís de Souza Breves.
Era filha de Miguel Eugenio Monteiro de Barros e Maria Eugenia de Souza Breves.
De seu casamento, não foi gerado filhos e segundo fonte oral, o Barão de Guararema deixou vários filhos na senzala.
O Barão de Guararema foi um grande comerciante de café na capital do império, era filho de Luiz de Souza Breves e de Maria Pimenta de Almeida Breves e foi agraciado com o titulo de Barão de Guararema em 15 de junho de 1881.
A Baronesa era uma pessoa muito doente e viajava frequentemente para a Itália para tratamento de saúde, numa de suas viagens, conheceu o futuro pintor Eliseu D’Ângelo Visconti e convenceu a sua família a deixá-lo a estudar desenho e pintura no Brasil.
Visconti nasceu na região italiana da Campânia em 30 de julho de 1866, foi um pintor, desenhista ítalo-brasileiro e considerado um dos mais importantes artista brasileiro
Chegando ao Brasil entre 1873 e 1875, em companhia de seus pais, Eliseu Visconti, desejou estudar música e em 1884, trocou a musica pela pintura no Liceu de Artes e Ofícios e na Academia Imperial de Belas Artes.
 O Barão de Guararema faleceu em Além Paraíba, MG, aos 82 anos, no ano de 1910, sendo sepultado no Cemitério da Irmandade do Santíssimo. A Baronesa faleceu no Rio de janeiro em 5 de janeiro de 1899, sendo sepultada no Cemitério da Ordem do Carmo.
Eliseui Visconti faleceu em 15 de outubro de 1944.

Bom Elizeo
Recebi tuas cartas, uma dactada de Março, e outra de 10 de Abril, na primeira dizias-me que tinhas feito feliz viagem e que te tinhas maravilhado com as bellezas que Paris encerra, é verdade, porem immagino tambem as pungentes saudades deste torrão que é para vocé a tua 2ª Patria, e onde deixastes teus Irmãos e pessoas que te querem, eu por mim tenho sentido muitas saudades, e tão habituada estava, que quando precizo de qualquer couza, logo me vem em mente que aquelle que sabia fazer tudo segundo a ma [minha] vontade está bem longe, eu continuo a passar mal, ainda não pude descobrir uma casa em [?] estou ainda em Paquetá, porem a [?] dos ouvidos continua sempre só agora que as medicas declararão que tudo motivado pelo coração um pouco epetrophiado por cauza da maldita [?]. Titia hontem chegou da Fazenda um pouco adoentada, porem felismente nada é, Afonso esteve aqui hontem elle está bem, e o mesmo acontece as tuas Irmãs pelas quaes perguntei. Edea não se esquece de voce outro dia vindo eu de Paquetá mostrei a ella o mar e disse-lhe olhe minha filha é lá ao longe que foi Elizeo, então ella respondeu-me: Dindinha nos tambem vamos lá? Eu disse-lhe não minha filha esperamos elle aqui, não Dindinha eu queria ver elle, coitadinha como se pudesse ir a Paris pelo thelegrapho. Quando você receber esta immagino como não ficaras contente, pois verás uma pessoa a quem estimas, e que já não te considerarás tão só n’essa Babilonia, é Mlle [?] de que será a portadora, a quem pedi pa ir em pessoa entregar-te esta carta, mesmo para proporcionar-te uma agradavel sorpreza. Dr Parente, Lilica estão bons, e elles pedirão me pa te enviar saudades, outro [?] faz titia, Mme, e Edea que te envia um abraço e um beijo. Recebi os modellos pa o bordado 2 estão mto a meu gosto pois são próprios pa Igreja, esquecestes de mas sementes de Flores, e sementes de [?]. É de esperar que ao receberes esta estejas de todo restabelecido da tua constipação, e que cheio de vida e corajoso como és, terás já enprehendido a tua nobre missão, esquecendo no trabalho as saudades, lembrando te do futuro brilhante que te abre as azas pa conduzir te a gloria de artista notavel; eu Elizeo se chegasse a ver isto teria immenso prazer, prazer este que só se pode comparar com o que ha de experimentar tua propria mãe, enfim, esta já vae longa por isso termino, dezejando do intimo d’alma a continuação de tua saude, pa prehencheres o teu nobre dever. Adeus pois Elizeo acceita saudades de todos d’aqui, assim como mas, e creia na estima verdadeira d’esta que é muito sua amiga.
Baroneza de Guararema
Rio 8 de maio
de 1893


 Barão de Guararema

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