Páginas

sábado, 8 de maio de 2010

BARÃO DE GUARAREMA - LUIZ JOSÉ DE SOUZA BREVES

Por Mauro Luiz Senra Fernandes



Barão de Guararema em dois momentos: no auge de sua fortuna e quando ficou pobre.
Agraciado com o título (decreto 15/06/1881) de Barão de Guararema. Integrante de uma família francesa que passou para a Ilha de São Jorge, Portugal, de onde emigrou para o Brasil, fundando uma das mais abastadas famílias de proprietários rurais do Vale do Paraíba, no Estado do Rio de Janeiro, membro da chamada “Aristocracia Rural Fluminense”. O casal patriarca era formado por Antônio de Souza Breves, nascido em 1720, e Maria de São José.

Luiz José de Souza Breves nasceu em 1828, em Arrozal do Piraí, província do Rio de Janeiro. Em 1840 veio para a região de Sapucaia juntamente com sua mãe Dona Maria Pimenta de Almeida Breves e irmãos, para ocupar terras compradas por seu falecido pai Luiz de Souza Breves, onde foi construída a Fazenda Aparecida e, de onde, estenderam os domínios até São José de Além Parahyba, onde Dona Maria Pimenta adquiriu do Alferes Theodoro de Faria Salgado a Fazenda do Aventureiro, sendo depois dividida em cinco outras: Arapoca, Castelo, São Luiz, Remanso e Conceição.

O Barão de Guararema foi, em Além Paraíba, uma personalidade influente e importante, tendo participado em vários setores, como agricultura, pecuária, política e cultura.

Como disse uma vez William Sahione: “mencionar Luiz José de Souza Breves – o Barão de Guararema – é vir a público com um espelho de inteligência de caridade, de amor ao próximo e às artes, a tudo que, dependendo dele pudesse empurrar Além Paraíba para frente”.

Foi um grande benemérito, contribuindo na construção da Igreja Matriz de São José juntamente com outros ilustres alemparaibanos, tendo feito a doação do belo lustre daquela igreja (o provedor da obra da matriz foi o Comendador Simplício José Ferreira da Fonseca). Trouxe da Itália para o Brasil, o pintor Eliseu Visconti, autor do pano de boca do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Fundou a mais antiga banda de música da história do município, em sua fazenda – a “Rapioca”, cujos componentes eram escravos alforriados que chegaram a tocar para o Imperador Dom Pedro Segundo no Teatro São Pedro, hoje Teatro João Caetano.
Foi um dos fundadores, juntamente com o médico Dr. Paulo Joaquim da Fonseca e outros alemparaibanos, do Hospital São Salvador.
 
 No Rio de Janeiro foi Comissário de Café e,  em 22 de abril de1882, o Barão de Guararema adquiriu o Solar da Marquesa de Santos situado no bairro de São Cristóvão. O solar ocupava o terreno de duas chácaras compradas por D. Pedro I para Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, que nele residiu de 1827 a 1829. A propriedade foi vendida quando a marquesa voltou para São Paulo, por ocasião do segundo casamento de D. Pedro I com Dona Amélia de Leuchtemberg. A casa passou pelas mãos de vários propietários, sendo tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1938. Em 1979 é inaugurado o Museu do Primeiro Reinado.

Casou-se com sua sobrinha Dona Maria Francisca de Souza Monteiro de Barros, filha de sua irmã Dona Eugênia de Souza Monteiro de Barros e do Dr. Miguel Eugênio Monteiro de Barros, falecida em 5 de janeiro de 1899 no Rio de Janeiro.

O Barão de Guararema faleceu em Além Paraíba aos 82 anos de idade, no ano de 1910, sendo sepultado no Cemitério da Irmandade do Santíssimo.


Fontes: Lembranças de Dantes – Mauro Luiz Senra Fernandes e “A Saga dos Breves”-Padre Reynato Breves


 Fazenda Castelo - Além Paraíba MG
Fazenda Castelo - Além Paraíba MG

4 comentários:

  1. A Banda fundada pelo Barão de Guararema - a "Rapioca", certa vez ela exibiu-se na Côrte, com assistência de Dom Pedro II a convite do Barão, com quem mantinha relações intimas, tanto que ele recebeu o titulo de barão nas mãos do proprio imperador. Dizem que causou ao nosso governante de então tão forte impressão essa audição musical que ele consultou ao barão se ele acedia a venda da mesma, pois desejava incorpora-la ao nosso exército que não possuia nenhuma que com ela confrontrasse. O barão não anuiu a essa proposta, pois tinha real estima a sua banda a aos seus componentes.

    ResponderExcluir
  2. CRISTOVÃO CLEMENTE6 de junho de 2017 às 21:16

    BOM DIA
    SABERIA INFORMAR SOBRE A DESCENDÊNCIA DE LUIZ JOSÉ DE SOUZA BREVES .

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, sou da descendendecia do luiz José! Apos o falecimento de sua esposa ele teve uma filha (minha bisavó) com sua mucama.

      Excluir
  3. Conte-me mais sobre essa mucama sua triavó, em qual fazenda ela vivia, o seu nome, o nome de sua filha e como elas viveram.

    ResponderExcluir