Fazenda Castelo - Além Paraíba MG, pertenceu ao Barão e Baronesa de Guararema.
Quem pensa na Marquesa de Santos foi uma mulher promíscua e amante de Dom Pedro I, pode começar a mudar essa visão. Domitila de Castro foi uma das pessoas mais poderosas e influentes de seu tempo, com uma vida de atuação política que se estendeu muito mais do que os anos em que viveu na corte como amante do imperador do Brasil.
Marquesa
de Santos – Dona Domitila de Castro Canto e Melo foi uma aristocrata brasileira
e amante de Dom Pedro I. Exerceu Grande influência no governo do primeiro
reinado.
Nasceu em
São Paulo, no dia 27 de dezembro de 1797. Filha de João de Castro Canto e Melo,
coronel reformado e inspetor das repartições de estradas da cidade de São Paulo,
e de Escolástica Bonifácia de Oliveira Toledo Ribas, descendente de tradicional
família paulista.
Casou-se
aos 15 anos de idade com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça, oficial do
Segundo Esquadrão do Corpo dos Dragões da Cidade de Vila Rica. Vivendo em Minas
Gerais, o casal teve três filhos, mas apenas dois sobreviveram. Em 1816, após
sofrer maus tratos do marido, retornou à casa dos pais em São Paulo, levando as
duas crianças. Em 1818, tentando uma reconciliação, voltam a viver juntos. No
dia 6 de março de 1819, Domitila foi esfaqueada duas vezes pelo marido, sendo
atingida na coxa e na barriga. Feliciano foi preso e Domitila ficou entre a
vida e a morte durante dois meses.
Duas
semanas antes de subir a colina do Ipiranga e proclamar a Independência do
Brasil, em 1822, o então príncipe regente Dom Pedro, teve um encontro com
aquela que viria a se tornar uma destacada figura feminina do Primeiro Reinado.
O interesse por Domitila surgiu durante a visita de Dom Pedro à cidade de São
Paulo, quando foi recebido com festas pelos súditos. Mesmo casado com a
austríaca Maria Leopoldina de Habsburgo, filha do imperador Francisco I da
Áustria, Dom Pedro tinha fama de aventureiro e mulherengo.
No começo
de 1823, Domitila já estava instalada na corte, era a cortesã preferida do
monarca. O imperador fez da amante a “Dama do Paço”. Em muitas ocasiões
oficiais, ela ocupava o lugar que deveria estar reservado a Maria Leopoldina.
No dia 12 de outubro de 1825, aniversário do imperador, Domitila tornou-se
oficialmente “Viscondessa”, pelos serviços prestados à imperatriz. Finalmente,
no dia 12 de outubro de 1826, ela foi elevada à “Marquesa de Santos”.
O imperador
cobria sua amante de presentes e mimos. Em abril de 1826 comprou para ela um
sobrado localizado próximo à Quinta da Boa Vista. Em uma das muitas cartas
escritas para a amada, ele revela, com orgulho, que acabara de mandar fechar o
teatro que havia proibido a entrada da amante. Outro escândalo foi na Semana
Santa, quando ela queria assistir a cerimônia religiosa na tribuna reservada às
Damas do Paço, mas foi barrada. Por ordem do imperador, ela foi levada ao
recinto e as damas se retiraram.
Com a
morte de Dona Leopoldina, em 11 de dezembro de 1826, Dom Pedro vivia em um
momento especial. Sua péssima reputação se propagou pela Europa. Quase dois
anos da morte de Leopoldina, o monarca não conseguira ainda arranjar uma esposa
entre as mulheres nobres da corte européia. No dia 28 de agosto de 1828,
finalmente casa-se por procuração e dois meses depois conhece Amélia, a nova
imperatriz. Em 1829 rompe com a amante, expulsando-a da corte, dando fim a uma
história de amor que abalou o império.
De volta
a sua cidade natal, em companhia das duas filhas que teve com Dom Pedro,
Domitila comprou um casarão na antiga Rua do Carmo, hoje Rua Roberto Simonsen.
Em 1833 passa a viver com Rafael Tobias de Aguiar, brigadeiro, político e rico
fazendeiro de Sorocaba. A união durou 24 anos e juntos tiveram seis filhos, mas
somente quatro sobreviveram. Em sua casa eram realizados saraus de literatura e
grandes bailes de máscaras. Em 1857, ficou viúva e durante os 10 anos seguintes
se dedicou a obras de caridade.