segunda-feira, 4 de março de 2013

RESGATANDO VALORES EM ALÉM PARAÍBA




Por Mauro Luiz Senra Fernandes



“Uma cidade não é o Homem ou a mulher que passa, a criança estudando, as autoridades no exercício de seus deveres, o operário trabalhando.

Tão pouco é a sua geografia, sua primaveras e verões, as incidentes tempestades e bonanças, a indústria e o comércio que lhe dão movimento e fazendo pulsar e prosperar as instituições profissionais ou recreativas.
O termo “cidade” ultrapassa os limites do que faz no pretérito, misturando glórias e dissabores, heróis e “João Ninguém”, tristezas e alegrias, fama e descrédito, vitórias e derrotas.

Nem mesmo o poder ocasional e temporal confiado às mulheres e aos homens públicos que governam, pela transitoriedade de maior ou menor dos cargos exercidos.

Pois cidade é algo mais duradouro, é a soma de tudo quanto ficou dito e mais alguma coisa, iniciada no instante de sua fundação e formação étnica, atravessando os anos de sua existência, cruzando o presente, continuando enquanto existir pedra sobre pedra, homens e mais mulheres, vida e mais vida. Mas sobretudo, desde que haja fraternidade, amor à terra, discussão construtiva, vontade em servi-la honestamente e desinteressadamente, debate puro e verdadeiro, desprendimento e senso de cidadania e de justiça.”

UMA HISTÓRIA DE SAPUCAIA – RJ E A SUA FORMAÇÃO



Por Mauro Luiz Senra Fernandes
 
Sapucaia é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro e um de seus principais distritos, além da sede, é Jamapará, na divisa do município de Carmo, no Estado do Rio, com Além Paraíba, em Minas Gerais. Os demais distritos são Anta, Aparecida e Volta do Pião.

Conhecida como a "cidade da mangas", pois esse fruto é amplamente cultivado pelos habitantes locais. 

No século XVII essa região era habitada pelos índios Purís, Coroados oriundos da região de Valença, uns poucos Goytacazes que vieram da região de Campos e alguns aventureiros que ilegalmente bateavam ouro, foram os primeiros moradores.

Em 1784, quando foi criado o Porto ou Registro do Cunha com objetivo de prender contrabandistas de ouro,  o ponto de parada de tropeiros era em Sant’Ana - atual Jamapará, as comitivas de tropeiros faziam paradas para repouso à sombra das grandes sapucaias que ali existiam.

Com o fim do ouro na Zona da Mineração em Minas Gerais, muitas famílias vieram povoar essa região e com a expansão da economia cafeeira no Vale do Paraíba, provocou um fluxo continuo de pioneiros, como os Breves de Piraí que formaram a Fazenda Aparecida e os Souza Brandão - Dr. Luís de Souza Brandão – Barão de Porto Novo e o Major José de Souza Brandão - Barão de Aparecida.

Segundo o botânico inglês George Gardner, que passou por essa região por volta de 1841, “Sapucaia é uma pequena aldeia com poucas casas de recente construção, que deve sua origem à proximidade de uma nova ponte, ora em construção sobre o rio, em conexão com a estrada para a Província de Minas Gerais.”
Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, Sapucaia teve onde escoar toda a sua produção de café e entorno de sua estação ferroviaria a vila cresceu e prosperou.

Em 1856, devido aos esforços de Augusto de Souza Furtado, Domingos Antônio Teixeira e José Joaquim Marques Melgaço, donos de vastas porções de terras entre os rios Calçado e Paraíba do Sul, surgiu um novo arraial com o nome de Santo Antônio de Sapucaia, em homenagem ao padroeiro do curato.

Em l87l graças a expansão da localidade, Sapucaia alcançou o predicado de Freguesia, conservando os limites que tinha como Curato Eclesiástico na Província. Em 1871 passou a designar Freguesia de Santo Antônio de Sapucaia e, em 1874, passou a categoria de Vila de Sapucaia, constituindo-se sede do novo município, instalado em 28 de fevereiro de 1875.

Na Vila sede do novo município que, por não ser canonicamente provida como era de Lei, Sapucaia não possuía Cartórios de registro civil e de imóveis, o que obrigava aos que ali nasciam ou faleciam ou que adquiriam e vendia bens imóveis, a fazer os respectivos registros nas Freguesias de Aparecida ou de São Jose do Vale do Rio Preto, que eram canonicamente providas. Esta situação foi corrigida em 1875 por pressão da Câmara Municipal junto ao Bispo Diocesano.

Entre os cidadãos sapucaienses que lideraram a luta pela a sua emancipação e constituídas a primeira Cãmara, temos os seguintes nomes: Major José de Souza Brandão - Barão de Aparecida, Manoel Ventura Marinho, Francisco José de Sales, Dr. João Rodrigues de Araújo França, o Engenheiro Civil Guilherme Augusto de Souza Leite, Dr. João Antonio de Medeiros e José Antonio do Valle, e suplentes, Galdino Alves do Banho e Joaquim Fernandes Braga.

Em 1930, tomou posse como prefeito o Coronel Augusto Parácio, grande negociante de café no Distrito de Santana – Jamapará.