Por Mauro Luiz Senra Fernandes
Faleceu na cidade, dia
18 do corrente, o Coronel José Tiburcio Junqueira. A infausta notícia
repercutiu no sentimento de toda a população, logo tomada de grande pesar,
tanto era o apreço, a admiração e a estima que todos se acostumaram a dispensar
ao saudoso extinto. È que desaparecia com o seu passamento um varão de qualidades
nobilitantes que lhe exornavam o adamantino caráter. Homem apegado a nossa
terra, há mais de vinte anos chegou e radicou-se a Além Paraíba, aqui passando
a residir procedente de Juiz de Fora. Fazendeiro lá como cá, todavia, jamais
lhe faltou tempo para emprestar sua atividade a outros setores da vida em
sociedade, e foi assim que o vimos por muito tempo a serviço de uma das mais tradicionais
instituições de beneficência da cidade – o Hospital São Salvador, do qual foi Provedor
até o ano p. passado. De algum tempo para cá foi Juiz de Paz da Comarca e em
seu desempenho se houve por modo a mais e mais se recomendar ao apreço de seus
concidadãos.
O Coronel Tiburcio,
membro de uma das mais respeitáveis famílias de Minas gerais – a família
Junqueira – desaparece aos 62 anos de idade, viúvo, deixando os seguintes filhos:
senhorita Lucí, solteira; Dona Ivone, casada com o Senhor Pio Villela Pedras
Filho; Dona Naiá, casada com o Senhor Renato Souza Meirelles; Dona Ení, casada
com o Sr. José Cardoso Marques – todos residentes na cidade; e Dona Ivete,
casada com o Dr. Fernando Jordão, residente no Rio de Janeiro.
Durante muitos anos,
foi o extinto proprietário da “Granja Três de Outubro”, em São José, de onde
recentemente transferiu sua residência para Porto Novo. Enfermo há longo tempo,
experimentava, no entanto, consideráveis melhoras, quando, súbita, a morte o
arrebatou, causando a maior desolação e contristamento no seio de sua família.
Os seus funerais
transportados em trem especial de Porto Novo para o Cemitério do santíssimo,
foram ali inhumados e a população local, tributando ao saudoso finado sua
derradeira homenagem, compareceu em grande número, verificando-se também a
presença das altas autoridades locais, além de inúmeros parentes e amigo de
diversas cidades vizinhas.
O “Além Parahyba”,
associando-se ao pesar da desolada família atingida pela lutuosa ocorrência,
cumprimenta-a com as suas sentidas condolências.
Fonte: Jornal Alé Parahyba - 27 de Julho de 1947
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