Por Mauro Luiz Senra Fernandes
Nascido em São João Del Rei no ano de 1860, Firmino Silva morava com a mãe e dois irmãos: Maestro Presciliano Silva e outro que morreu na Guerra do Paraguai.
Firmino Silva foi grande músico, tocava vários instrumentos, entre eles o violino e o piano. Apaixonados pela música, ele e seu irmão Prisciliano vieram bem moços para Além Paraíba e se dedicaram à arte e o dom que Deus lhes dera. Firmino Silva, com sua capacidade musical, rapidamente conquistou vários alunos na cidade, e seu irmão preferiu continuar estudando com mais profundidade, tornando-se famoso maestro. Prisciliano tocava tão bem que foi premiado com um convite: tocar piano num grande concerto no Teatro de Milão, na Itália, uma das mais importantes casas musicais de toda Europa.
Enquanto Presciliano conquistava o povo europeu, Firmino Silva continuou em Além Paraíba, lecionando piano, violino e outros instrumentos. E foi através da música que se apaixonou por Elvira Costa, nascida em 1880, filha de Heliodoro Costa e Adelaide Costa, residentes na Fazenda da Arapoca. Conforme fonte oral, Elvira Costa era neta materna do Cel. Joaquim Luiz de Souza Breves – primeiro prefeito de Além Paraíba.
Firmino Silva e Elvira Costa se casaram em 1906 e tiveram os seguintes filhos: Ziláh, Iracema, Jucyra, Marília Silva Ferreira, casada com Inimá Santos Ferreira, Ináh e Heraldo Silva, casado com Batistina Oliveira Silva. Muito de seus filhos seguiram carreira de musicistas.
Esse grande músico que adotou Além Paraíba como sua terra querida formou uma linda orquestra, participando da mesma, somente músicos competentes. Foi também fundador da Sociedade Musical Carlos Gomes, onde foi o primeiro maestro e a quem chamava carinhosamente de “minha filha”. Seu filho Heraldo foi também maestro da “Carlos Gomes”, com grande êxito.
Também professor, Firmino Silva fundou um colégio em sua própria residência, na Vila Laroca, onde era auxiliado por sua esposa Elvira Costa. Foi, também, diretor do Liceu Operário, da Estrada de Ferro Leopoldina.
Após receber uma proposta de trabalho foi lecionar em Pirapitinga, e lá compôs uma valsa intitulada “Saudade de Porto Novo”, demonstrando seus puros sentimentos e a saudade da terra adotiva. Tempos depois recebeu convite para trabalhar em Leopoldina, para ser professor no Ginásio e na Escola Normal, tendo sido um dos fundadores da Banda Musical Santa Cecília. Anos depois retornou para sua querida Além Paraíba.
Durante a Revolução de 1930, Firmino Silva compôs um dobrado que dedicou ao Marechal Americano Freire, que ficou muito emocionado quando ouviu pela primeira vez a música tendo-o abraçado com grande carinho.
O maestro Firmino Silva faleceu aos 72 anos de idade, no dia 12 de dezembro de 1932, deixando uma grande lacuna no cenário musical de Além Paraíba.
Maestro Presciliano Silva
Jornal “A Gazeta” 2 de dezembro de 1951
“Nenhum termo define melhor Firmino Silva, que a palavra “modéstia”. Realmente; o saudoso maestro, mestre-escola e professor de música, era, apesar de grandiosidade de seu espírito, de sua alma musical por excelência, um homem simples...
...Foi sempre aquilo que todos conheceram; um humilde, um despretensioso, que jamais quis alguma coisa para si próprio, que preferia falar muito mais e sempre da tarefa, dos méritos alheios, do que de suas realizações, de suas melodias.”
Comemoração dos 115 Anos da Sociedade Musical Carlos Gomes
A Sociedade Musical Carlos Gomes, bem como a orquestra que OSTENTA o nome da cidade são uma historia viva ,pena que o poder publico não da a atenção devida
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