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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

JACINTA MERCADANTE DE MARCA - ACONTECEU EM ALÉM PARAÍBA – ABRIL DE 1955

Por Mauro Luiz Senra Fernandes




Das suas vidas dignamente vividas, acaba Além Paraíba de perder uma delas, privando-se – pela inexorabilidade da morte – do contato amigo e diário, da convivência boa e honrada com uma anciã, uma dama – nobre e ilustre por todos os títulos.
Mãe – um exemplo de extremosidade e amor. Esposa – espelho de carinho, fidelidade e zelo. Mulher – dentro e fora do tempo – aquela efigie admirável de que nos dá ideia Victor Hugo em um de seus belos escritos, quando, falando dela, reserva para a mulher um lugar privilegiado e incomum, acima de tudo, acima de quanto existe, abaixo somente do próprio Deus.
E por isso a cidade sentiu fundo o desaparecimento de Dona Jacinta Mercadante de Marca, ocorrido às 7 horas e 45 minutos da manhã de sábado passado. Cabelos brancos – um único e alvo manto de neve – fisionomia serena e forte, organismo sadio, adoecera há poucos meses. Malgrado o avanço dos anos – 81 anos eles existidos para o bem e felicidade alheias – logrou resistir a intenso tratamento e cuidados médicos. Todavia, zombando dos recursos científicos e despendimento do Dr. José Avelino de Freitas – seu clinico assistente, coadjuvado por seus três netos (os Drs. José Walter de Marca, Wilde Lima de Marca e Frederico de Marca) – o mal se foi apoderando e assenhoreando daquela energia e vontade hercúleas, assumindo aspectos gravíssimos quarenta e oito horas antes de seu passamento. Redobrados os recursos da medicina, entrou Dona Jacinta em agonia – dolorosa e longa agonia – as primeira horas da tarde de sexta-feira, sobrevindo o trespasse final, como aludimos antes da manhã de sábado.
Residindo em casa de sua filha Dona Mariana de Marca D’Elia (Neném) desde que adoecera, ali cerrou os olhos, cercada por todos os seus filhos, netos e bisnetos, mais pura a alma pela extrema unção a ela ministrada pelo Reverendíssimo Vigário da Paróquia – Padre Antônio Homan.
Dona Jacinta era natural da vizinha cidade de Pirapitinga, onde nascera a 13 de dezembro de 1874, casando-se ali com o Sr. Miguel de Marca, prospero comerciante em Itapirussú. Em 1924, transferiu residência para Além Paraíba, emprestando sua decisiva colaboração ao seu sempre lembrado sobrinho – José Mercadante – colocando-se entre as primeiras acionistas da Fabrica de Papel Santa Maria.
De seu consórcio com o Sr. Miguel de Marca deixou a pranteada dama os seguintes filhos: José, casado com Dona Rosa Ragone de Marca; Henrique, casado com Dona Marieta Lacerda de Marca, residente na Capital da República; Maria Francisca (Chiquita), casada com o Sr. Pascoal Taranto; Mariana (Neném), casada com o Sr. Vicente D’Elia e Vicente (Titilo), casado com Dona Ilma Lima de Marca.
Deixa ainda numerosa descendência constituída de 16 netos e 17 bisnetos.
Seu sepultamento- concorridíssimo – teve lugar às quatro e meia da tarde do mesmo dia 9, no Cemitério do Santíssimo Sacramento, discursando, no baixar do corpo à sepultura, o Dr. Álvaro Costa.
“A Gazeta” tribuna à família Marca suas expressões de profunda condolências, fazendo preces à Deus para que dê à alma tão boa e dadivosa um recanto de paz e doçura no pando aprisco celestial.
Fonte: Jornal “A Gazeta” – 17 de Abril de 1955

2 comentários:

  1. Me apaixonei em saber mais sobre a Familia da Vovo Nenem. Meu avo Helio D'Elia se encantaria com esse belo texto.

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  2. Sou neta de Helio Felisberto D'Elia filho e Mariana de Marca D’Elia e Vincente D'Elia. Amararia mais informações sobre as famílias. silviaanitadelia@gmail.com

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