Por Mauro Luiz Senra Fernandes
“Hoje me veio à lembrança o Barão do Paraná – Henrique Hermeto Carneiro Leão. Conservo na retina a figura austera e imponente do barão, que vi de perto de minha casa, com suas suíças impressionantes, e montando uma égua enorme e mansa. As suas raras aparições na cidade de Além Paraíba era espetaculares, principalmente, quando atrelava em sua carruagem uma ajaezada parelha de zebroides, que exaltava a nossa mentalidade juvenil.
Sidney Ribeiro, Silvio Mynsen, Taufik Sahione, eu e outros garotos cujos nomes agora não me ocorrem, íamos, depois do “expresso”, tomar banho na cachoeira do Barão, no outro lado do Rio Paraíba do Sul, em trajes sumaríssimos. O Barão, passando por lá uma vez, viu o quadro e não gostou. Mandou que o Anastácio, o velho Anastácio da carrocinha de frutas da Fazenda do Barão, nos avisasse a proibição. Não ligamos importância e continuamos com a praxe. Uma bela tarde, depois de prolongado banho de cachoeira, dirigimo-nos para a solteira de bambu onde havíamos deixado nossas roupas. Qual não foi a surpresa, ao verificarmos que toda a nossa instrumentária havia desaparecido. Procuramos por toda parte e nada de roupa. Sem saber o que fazer, ficamos sentados em cima das pedras até anoitecer, quando o velho Anastácio veio trazer nossos trajes, com a recomendação do Barão de que outra vez teríamos que voltar para casa em trajes de Adão...”
Fonte: Joaquim Carneiro Júnior - "Carneirinho"
A Fazenda Lordelo ou do Barão
Nenhum comentário:
Postar um comentário