Por Mauro Luiz Senra Fernandes
Compartilhando uma lembrança de um tempo que não volta mais e nos deixa uma grande saudade.
Meu quintal, minha rua, meu bairro, minha cidade - ofereço aos meus amigos de infância.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
CAPITÃO JORGE JOSÉ FORTES
Um líder da operosa e estimada colônia libanesa em Além Paraíba
Por Mauro Luiz Senra Fernandes
Nasceu em Karfar-Mai, no Líbano, em 15 de agosto de 1872. Era filho de Chaim Jorge Abu-Chidid Gadab e Astir Abu-Chidid Gadab e veio para o Brasil em maio de 1889, no ano da proclamação da república. Fez-se, pois, brasileiro pela grande naturalização e soube se mostrar digno da sua pátria adotiva pelo trabalho e pela honradez.
Iniciou sua vida na dura e penosa lida de mascate, palmilhando nosso município de lado a lado e deixando atrás de si, nesse peregrinar constante, como traços inconfundíveis de sua personalidade, cavalheirismo e afabilidade, além de permanente alegria.
Fez-se depois agricultor e comerciante e, neste ramo, com uma tenacidade invejável, chegou a dirigir a mais importante casa atacadista desta região.
Foi nomeado Capitão da Guarda Nacional pelo Marechal Hermes da Fonseca e carregou sempre com ufania essa patente honorífica. Exerceu nos quatriênios de 1924-1928 e 1929-1932 a judicatura de Juiz de paz.
Com o Barão de São Geraldo e posteriormente com os Castelos Branco e Dr. Antônio Augusto Junqueira, marchou politicamente em toda sua vida, oferecendo extraordinário exemplo de coerência política e fidelidade partidária.
Faleceu o Capitão Jorge José Fortes no ano de 1952, aos 80 anos de idade, depois de viver mais de 62 anos em nossa terra exemplarmente. Foi casado com Maria Natalina Martins do Couto – “Dona Sinhá”, pertencente à tradicional e pioneira família Martins do Couto, filha do Coronel Francisco Martins do Couto e de Anna Cândida da Costa, que abriu a Fazenda da Prata, em Benjamin Constant neta paterna de Antônio Martins do Couto e Maria Victória de Jesus (Ferreira da Fonseca) e Julio Aureliano Couto e Anna Cândida da Costa.
De seu casamento nasceram os seguintes filhos: Anita, José, Francisco, Antônio, Nair Fortes Abu-Mery, Elvira, Maria de Lourdes, Jorge e Oscar.
Seu filho José Martins Fortes, foi morto no cumprimento do dever na catástrofe de dezembro de 1930, em Além Paraíba.
Sua mãe Astir Abu-Chidid Gadab
Capitão Jorge José Forte faleceu em residência em Porto Novo, sua casa foi pequena para acolher nesse dia quantos quizeram testemunhar ao ilustre morto sua respeitosa reverência e sincero pezar. "Ninguém faltou, porque Capitão Jorge Fortes jamais faltou uma palavra afetiva, um abraço amigo, um gesto de carinho em todas as circunstâncias aflitivas ou alegres da vida. Onde quer que houvesse uma dor ou uma alegria ali estaria ele presente."
Por Mauro Luiz Senra Fernandes
Nasceu em Karfar-Mai, no Líbano, em 15 de agosto de 1872. Era filho de Chaim Jorge Abu-Chidid Gadab e Astir Abu-Chidid Gadab e veio para o Brasil em maio de 1889, no ano da proclamação da república. Fez-se, pois, brasileiro pela grande naturalização e soube se mostrar digno da sua pátria adotiva pelo trabalho e pela honradez.
Iniciou sua vida na dura e penosa lida de mascate, palmilhando nosso município de lado a lado e deixando atrás de si, nesse peregrinar constante, como traços inconfundíveis de sua personalidade, cavalheirismo e afabilidade, além de permanente alegria.
Fez-se depois agricultor e comerciante e, neste ramo, com uma tenacidade invejável, chegou a dirigir a mais importante casa atacadista desta região.
Foi nomeado Capitão da Guarda Nacional pelo Marechal Hermes da Fonseca e carregou sempre com ufania essa patente honorífica. Exerceu nos quatriênios de 1924-1928 e 1929-1932 a judicatura de Juiz de paz.
Com o Barão de São Geraldo e posteriormente com os Castelos Branco e Dr. Antônio Augusto Junqueira, marchou politicamente em toda sua vida, oferecendo extraordinário exemplo de coerência política e fidelidade partidária.
Faleceu o Capitão Jorge José Fortes no ano de 1952, aos 80 anos de idade, depois de viver mais de 62 anos em nossa terra exemplarmente. Foi casado com Maria Natalina Martins do Couto – “Dona Sinhá”, pertencente à tradicional e pioneira família Martins do Couto, filha do Coronel Francisco Martins do Couto e de Anna Cândida da Costa, que abriu a Fazenda da Prata, em Benjamin Constant neta paterna de Antônio Martins do Couto e Maria Victória de Jesus (Ferreira da Fonseca) e Julio Aureliano Couto e Anna Cândida da Costa.
De seu casamento nasceram os seguintes filhos: Anita, José, Francisco, Antônio, Nair Fortes Abu-Mery, Elvira, Maria de Lourdes, Jorge e Oscar.
Seu filho José Martins Fortes, foi morto no cumprimento do dever na catástrofe de dezembro de 1930, em Além Paraíba.
Sua mãe Astir Abu-Chidid Gadab
Capitão Jorge José Forte faleceu em residência em Porto Novo, sua casa foi pequena para acolher nesse dia quantos quizeram testemunhar ao ilustre morto sua respeitosa reverência e sincero pezar. "Ninguém faltou, porque Capitão Jorge Fortes jamais faltou uma palavra afetiva, um abraço amigo, um gesto de carinho em todas as circunstâncias aflitivas ou alegres da vida. Onde quer que houvesse uma dor ou uma alegria ali estaria ele presente."
sábado, 23 de abril de 2011
DR. JOSÉ AVELINO DE FREITAS
Um cientista alemparaibano
Por Mauro Luiz Senra Fernandes
“Prometo que ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, os quais terei como preceitos de honra.
Nunca me servirei da profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu, para sempre, a minha vida e a minha arte de boa reputação entre os homens. Se o infringir ou dele me afastar, suceda-me o contrário.” Hipócrates -460 ac.
Seguindo esse juramento, o Doutor José Avelino de Freitas, seguiu sua vida pessoal e profissional, o que fez desse cidadão até os dias de hoje, uma referência a ser seguida.
Nasceu em Patrocínio de Muriaé, em 19 de setembro de 1900 e era filho do pecuarista Tranquilino Avelino de Freitas e Ambrozina Teixeira Marinho de Freitas.
Formado pela antiga Faculdade Nacional de Medicina, na cidade do Rio de Janeiro, hoje a atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Estudioso ao extremo, resumia e executava apostilas, que comercializava as seus colegas mais abastados, criando também uma espécie de curso pré-vestibular para que pudesse manter seus estudos.
Foi profissional humano e capacitado, deixando uma marca de forte personalidade e de entusiasmo como eterno estudante, que elevava o nome de Além Paraíba.
Dedicou seu trabalho aos carentes, tendo clinicado nas Indústrias Mercadante. Com sua possibilidade afetiva, tornou-se respeitado e admirado por toda a classe operária.
Um médico em sua época passava por muitas provações, visitando pacientes em lugares inacessíveis e estudando exaustivamente, virando noites em companhia de seus inúmeros livros.
Com a literatura mais rica geralmente era produzida em inglês, francês e alemão, foi obrigado a aprender as três línguas, fato que só aumentou a sua bagagem científica a tal ponto que ele próprio criou um método para a cura de colite ulcerativa crônica, que apresentava em congressos de Proctologia nacionais e internacionais, que cada vez mais aumentava sua credibilidade. Vários artigos de sua especialidade foram publicados em revistas de todo o mundo e pela imprensa.
Seu prestígio difundiu-se, aumentando sua clientela que vinha de vários lugares. Quando clinicava em seu consultório na Capital Federal – Rio de janeiro, foi reconhecido por seus colegas e, por um ano, assumiu o cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Proctologia.
Através de seu entusiasmo e determinação, conseguiu que realizasse, em Além Paraíba, o primeiro e único Congresso Médico de projeção nacional, concentrando expoentes de várias especialidades. Sua trajetória merece ser revista por ter sido um ícone de grandeza espiritual e científica para Além Paraíba.
Foi casado em 1928 com Esmeralda Perácio, filha do comerciante de café Cel. Augusto Perácio e Leonor Raphael Perácio (Nôra), pessoa idealista e juntamente com outras senhoras alemparaibanas, foi fundadora do Colégio dos Santos Anjos em Além Paraíba no ano de 1934. Tiveram os seguintes filhos: Pérola Perácio de Freitas de Marca, casada com o médico Dr. José Walter de Marca; Marlene Perácio de Freitas Sahione, casada com o comerciante Lourival Fadel Sahione; Carmem Perácio de Freitas Ceppas, casada com o industrial Manoel Barreto Bebiano Ceppas e José Avelino Perácio de Freitas, casado com Laura Neves de Freitas.
Doutor José Avelino de Freitas empresta o seu nome para uma das mais importantes avenidas de Além Paraíba na atualidade, faleceu no dia 7 de dezembro de 1977 e sua esposa Esmeralda faleceu no dia 13 de fevereiro de 2000, ambos em Além Paraíba.
Por Mauro Luiz Senra Fernandes
“Prometo que ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, os quais terei como preceitos de honra.
Nunca me servirei da profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu, para sempre, a minha vida e a minha arte de boa reputação entre os homens. Se o infringir ou dele me afastar, suceda-me o contrário.” Hipócrates -460 ac.
Seguindo esse juramento, o Doutor José Avelino de Freitas, seguiu sua vida pessoal e profissional, o que fez desse cidadão até os dias de hoje, uma referência a ser seguida.
Nasceu em Patrocínio de Muriaé, em 19 de setembro de 1900 e era filho do pecuarista Tranquilino Avelino de Freitas e Ambrozina Teixeira Marinho de Freitas.
Formado pela antiga Faculdade Nacional de Medicina, na cidade do Rio de Janeiro, hoje a atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Estudioso ao extremo, resumia e executava apostilas, que comercializava as seus colegas mais abastados, criando também uma espécie de curso pré-vestibular para que pudesse manter seus estudos.
Foi profissional humano e capacitado, deixando uma marca de forte personalidade e de entusiasmo como eterno estudante, que elevava o nome de Além Paraíba.
Dedicou seu trabalho aos carentes, tendo clinicado nas Indústrias Mercadante. Com sua possibilidade afetiva, tornou-se respeitado e admirado por toda a classe operária.
Um médico em sua época passava por muitas provações, visitando pacientes em lugares inacessíveis e estudando exaustivamente, virando noites em companhia de seus inúmeros livros.
Com a literatura mais rica geralmente era produzida em inglês, francês e alemão, foi obrigado a aprender as três línguas, fato que só aumentou a sua bagagem científica a tal ponto que ele próprio criou um método para a cura de colite ulcerativa crônica, que apresentava em congressos de Proctologia nacionais e internacionais, que cada vez mais aumentava sua credibilidade. Vários artigos de sua especialidade foram publicados em revistas de todo o mundo e pela imprensa.
Seu prestígio difundiu-se, aumentando sua clientela que vinha de vários lugares. Quando clinicava em seu consultório na Capital Federal – Rio de janeiro, foi reconhecido por seus colegas e, por um ano, assumiu o cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Proctologia.
Através de seu entusiasmo e determinação, conseguiu que realizasse, em Além Paraíba, o primeiro e único Congresso Médico de projeção nacional, concentrando expoentes de várias especialidades. Sua trajetória merece ser revista por ter sido um ícone de grandeza espiritual e científica para Além Paraíba.
Foi casado em 1928 com Esmeralda Perácio, filha do comerciante de café Cel. Augusto Perácio e Leonor Raphael Perácio (Nôra), pessoa idealista e juntamente com outras senhoras alemparaibanas, foi fundadora do Colégio dos Santos Anjos em Além Paraíba no ano de 1934. Tiveram os seguintes filhos: Pérola Perácio de Freitas de Marca, casada com o médico Dr. José Walter de Marca; Marlene Perácio de Freitas Sahione, casada com o comerciante Lourival Fadel Sahione; Carmem Perácio de Freitas Ceppas, casada com o industrial Manoel Barreto Bebiano Ceppas e José Avelino Perácio de Freitas, casado com Laura Neves de Freitas.
Doutor José Avelino de Freitas empresta o seu nome para uma das mais importantes avenidas de Além Paraíba na atualidade, faleceu no dia 7 de dezembro de 1977 e sua esposa Esmeralda faleceu no dia 13 de fevereiro de 2000, ambos em Além Paraíba.
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