Páginas

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

FAMÍLIA MORAIS SARMENTO EM MINAS GERAIS

Por Mauro Luiz Senra Fernandes


Sarmiento, originários da Espanha, que encontraram em Portugal, exatamente ao Norte, na Região de Trás-os-Montes (onde na cidade de Bragança há um túmulo do primeiro Sarmento, nome aportuguesado), os Morais, pequeno lugarejo assim denominado, também em Trás-os-Monte, os Morais se juntaram aos Sarmento, tendo início a Família Morais Sarmento, que se espalharam não só no Norte ao Sul de Portugal, como também no Norte e Sul do Brasil.

Os Morais Sarmento é uma tradicional família de Portugal, cujas origens remontam a influente e conservadora aristocracia portuguesa dos séculos passados e altos escalões do exército. Os seus representantes ocuparam poderosos cargos políticos desde os séculos XVII e tiveram uma imensa quantidade de propriedades no Império Português.

No Brasil a família deixou descendência, pois a Corôa enviou alguns Morais Sarmento para representar os interesses portugueses na época do Brasil Colônia e os descendentes destes se estabeleceram em território brasileiro, exercendo posteriormente importantes funções no Império. Um dos representantes desta família em São José do Xotopó,  Minas Gerais o Capitão Mor Manoel de Moraes Sarmento que era natural natural de Braga - Portugal, filho de Brás Borges Rabelo e Catharina de Moraes Sarmento, casado com Ritta Maria de Jesus e falecido em junho de 1821. 

"Analisando o Livro nº. 2 do Cartório de 1º Ofício de Rio Pomba percebemos uma nítida transformação na forma de se relacionar com a terra quando inclusive alguns índios venderam as terras em que habitavam ao Guarda Mor Manoel de Moraes  Sarmento. O valor pelo qual venderam suas terras foi significativamente baixo (150$000), especialmente se comparado aos preços encontrados em outras transações.

O Guarda Mor Manoel de Moraes Sarmento e Ritta Maria de Jesus tiveram os filhos conforme inventário do Arquivo Histórico Casa setecentista - IPHAN - Mariana MG (10/08/1821):

* Francisco de Moraes Sarmento, nascido no ano de 1809 (Ramo do Município de Guarany - Minas Gerais);

* Fortunato de Moraes Sarmento, nascido no ano de 1913 (Ramo do Município de Santo Antonio do Aventureiro e Miraí - Minas Gerais);

* Daniel de Moraes Sarmento, nascido no ano de 1815, casado com Anna Luiza de São José, (Ramo do Município de São João Nepomuceno - Minas Gerais;

* Manoel de Moraes Sarmento, nascido em 1817;

* Francisca de Moraes Sarmento, nascida em 1820;

* e Justiniano de Moraes Sarmento, filho natural de Manoel de Moraes Sarmento, nascido no ano de 1823.

O Cel. Fortunato de Morais Sarmento, filho do Guarda Mor Manoel de Moraes Sarmento, com o esgotamento do ouro na região de Guarapiranga, transferiu-se para região do Rio Pomba, juntamente com outros parentes que se instalaram em Tabuleiro do Pomba, Guarany, Rio Novo, Descoberto, São João Nepomuceno e Santo Antônio do Aventureiro, para cultivar a nova riqueza que era o café.

Correspondência do Cel Fortunato de Morais Sarmento para seu futuro genro Cap. Prudente José Teixeira de Aguiar

Maria do Carmo Nascimento Sarmento - "Dona Nhanha" e sua filha Ritta Fortunata do Carmo Ribeiro

O Cel. Fortunato de Morais Sarmento nasceu em 1813 e faleceu aos sessenta e dois anos de idade em Santo Antônio do Aventureiro, no dia 19 de maio de 1883 de gastrite. Foi casado com Dona Maria do Carmo Nascimento Sarmento – "Dona Nhanha" e tiveram os seguintes filhos:

• Quirina Fortunata do Carmo de Aguiar (Sinhazinha), nascida em 04 de junho de 1846, em Tabuleiro do Pomba, faleceu no dia 28 de maio de 1933, na cidade de Miraí, casada em 20 de maio de 1864 com o Capitão Prudente José Teixeira de Aguiar, natural de Minas Gerais, nascido em 1838, filho de José Teixeira de Aguiar e Dona Francisca Luiza de Jesus, era proprietário da Fazenda do Bosque em São Domingos do Aventureiro, faleceu aos quarenta e seis anos de idade, de lesão no coração no dia 12 de abril de 1884 e tiveram os filhos:

•• Sophia do Carmo de Aguiar Silva, batizada em São José de Além Paraíba no dia 11 de fevereiro de 1867 e casada com José Custódio Corrêa da Silva, filho de José Custódio da Silva e Dona Francisca Cândida Corrêa Netto da Silva;
•• Maria do Carmo de Aguiar Araújo, nascida em 25 de março de 1868, batizada em São José de Além Paraíba no dia 26 de junho de 1868 e foi casada com Antônio João Araújo, filho de Raymundo de Araújo e Silva e Dona Antônia Luiza da Costa;
•• Luiza do Carmo de Aguiar Teixeira, nascida em 20 de junho de 1872, foi casada com Antônio Virgílio Teixeira, filho do Cap. João Evangelista Teixeira e Dona Sebastiana Augusta Teixeira;
•• Alfredo José Teixeira de Aguiar, nascido em 21 de abril de 1874 e foi casado com Dona Guilhermina Furtado de Mendonça de Aguiar, filha de José Clemente Furtado de Mendonça e Rosa Angelica de Oliveira, e neta paterna do Cap. Clemente Furtado de Mendonça e Maria Joaquina de Mendonça.;
•• Oscar Teixeira de Aguiar, nascido em 13 de julho de 1876, casou-se em Santo Antônio do Aventureiro no ano de 1898, com a prima Leonor Augusta do Carmo Ribeiro de Aguiar, filha do Capitão Antônio José Ribeiro e Dona Ritta Fortunata do Carmo Ribeiro;
•• Ozório Teixeira de Aguiar, nascido em junho de 1880 e faleceu em 5 de setembro de1882,
•• Theodomiro Teixeira de Aguiar (Miro), nascido em 11 de agosto de 1879, foi cirurgião dentista na cidade de São João Nepomuceno, formado na Inglaterra e a profissão passou os ensinamentos para o seu filho Prudentinho. Foi casado com Dona Henriqueta Furtado de Mendonça de Aguiar (Queta – irmã de sua cunhada Guilhermina), filha de José Clemente Furtado de Mendonça e Rosa Angelica de Oliveira, e neta paterna do Cap. Clemente Furtado de Mendonça e Maria Joaquina de Mendonça.. Faleceu em 1918, após acidentalmente ser ferido numa caçada na Vila de Angustura e por pertencer a Maçonaria foi condenado pela Igreja Católica ser sepultado em pé, condenação executada pelo padre Aristides Porto;
•• Francisca do Carmo de Aguiar, nascida em 29 de janeiro de 1881 e faleceu em 12 de março de 1883;
•• Bernardina do Carmo de Aguiar Pereira (Sinhá), nascida em Santo Antônio do Aventureiro no dia 20 de maio de 1883 e casou-se no dia 24 de junho de 1899, em Porto de Santo Antônio (Astolfo Dutra) com Cel. Antônio Pereira de Jesus, filho de José Pereira de Jesus e Dona Ambrozina Francisca de Azevedo Pereira.
Quirina Fortunata do Carmo de Aguiar, suas filhas Luiza do Carmo de Aguiar Teixeira e 
Bernardina do Carmo de Aguiar Pereira e ainda, seus netos Antônio e Edith

• Roberto de Morais Sarmento, casou-se em Santo Antônio do Aventureiro em 8 de novembro de 1879, com Anna Josephina Netto - Ninica, filha de João Baptista Corrêa Netto e Porcina Justina do Nascimento e alguns de seus filhos foram:

•• João de Morais Sarmento, nascido em 07 de outubro de 1880, foi batizado em 01 de janeiro de 1881 e faleceu meses depois;
•• Fortunato de Morais Sarmento Netto, nascido em 15 de abril de 1884 e foi batizado em 26 de abril de 1884;
•• Maria do Carmo Morais Sarmento;
•• Adalbeto de Morais Sarmento, batizado em 28 de fevereiro de 1891, sendo padrinhos Severino de Morais Sarmento e Maria do Carmo Pereira.

Maria do Carmo de Moraes Sarmento e seu esposo José Weiss.

• Joana Fortunata do Carmo Machado, nascida em 1843 e casou-se em São José de Além Paraíba em 1859, com José Jorge Machado, nascido em 1815, não tiveram descendentes e faleceram na cidade de Miraí.

• Ritta Fortunata do Carmo Ribeiro, casou-se em São José de Além Paraíba em 06 de setembro de 1873, com o português Capitão Antônio José Ribeiro (Ribeirinho), proprietário da Fazenda Limoeiro em Santo Antônio do Aventureiro e tiveram os filhos:

•• Christiano Joaquim Ribeiro, nascido em 16 de agosto de 1874 e foi batizado em 18 de outubro de 1874 em Santo Antonio do Aventureiro. Foi casado com Alice Teixeira Ribeiro, filha do Cap. João Evangelista Teixeira e Dona Sebastiana Augusta Teixeira;
•• Leonor Augusta do Carmo Ribeiro de Aguiar, nascida em 21 de abril de 1882 em Santo Antônio do Aventureiro, casada com o primo Oscar Teixeira de Aguiar, filho do Capitão Prudente José Teixeira de Aguiar e Dona Quirina Fortunata do Carmo de Aguiar;
•• Maria Augusta Ribeiro - Sinhazinha, casada com o primo Ademar Corrêa da Silva (Sinhô), que era filho de José Custódio Corrêa da Silva e da prima Sophia do Carmo de Aguiar Silva. Ademar Corrêa da Silva casou-se em segundo matrimônio com Sebastiana Ribeiro (Taninha), filha de seu cunhado e primo Christiano Joaquim Ribeiro e Alice Teixeira Ribeiro;
•• Affonso Ribeiro, nascido em Santo Antônio do Aventureiro em 18 de agosto de 1878 e batizado em 30 de novembro de 1878 e faleceu na primeira infância;
•• Antônio José Ribeiro Filho, nascido em Santo Antonio do Aventureiro em 14 de dezembro de 1885 e batizado em 12 de abril de 1886 e faleceu na primeira infância;
•• Antônio José Ribeiro Filho (Zicote), nascido em 10 de dezembro de 1887 e batizado em 19 de janeiro de 1888. Foi casado com Mariquinhas Teixeira Ribeiro
filha do Cap. Álvaro dos Santos Teixeira e Dona Theodolina Ferreira Teixeira (Dulica) ;
•• Graciano José Ribeiro, casado com Maria Ribeiro (Maricota).

Ritta Fortunata do Carmo Ribeiro e seu esposo Cap. Antônio José Ribeiro

Cel. Christiano Joaquim Ribeiro

Família Ribeiro em Além Paraíba

Cecília Fortunata do Carmo Pereira e seu esposo Justino Alves Pereira


• Cecília Fortunata do Carmo Pereira, nasceu em 24 de agosto de 1856, em Limoeiro, faleceu em 24 de outubro de 1934 em Miraí, Casou-se em São José de Além Paraíba em 12 de junho de 1875 com Justino Alves Pereira, natural da Freguesia de São João de Portella, Arcebispado de Braga – Portugal, nascido em 12 de dezembro de 1846, era filho de Miguel Pereira e Dona Maria Alves, foi grande proprietário da Fazenda da Cachoeira na cidade de Mirai e tiveram os seguintes filhos:

•• Affonso Alves Pereira, nascido em Santo Antonio do Aventureiro em junho 1878 e batizado em 03 de novembro de 1878. Casou-se em primeiro matrimônio com Maria Dinah Sarmento Alves Pereira, filha do industrial Severiano de Morais Sarmento e em segundo matrimônio, com Laura Barbosa Alves Pereira, filha de Luiz Antônio M. Barbosa e Cecília Horta Barbosa. Em Mirai, tornou-se agricultor famoso, industrial, banqueiro e grande benemérito;
•• Fortunato Alves Pereira, nascido em Santo Antônio do Aventureiro em 26 de setembro de 1880 e batizado em 18 de dezembro de 1880, tornou-se grande fazendeiro e político me Mirai;
•• Constança Alves Pereira, nascida em Santo Antônio do Aventureiro em julho de 1885 e faleceu em 08 de novembro de 1885;
•• Justino Alves Pereira Junior, nascido em Santo Antônio do Aventureiro em 09 de junho de 1889 e casou-se com Guiomar Barbosa Alves Pereira, filha de Luiz Antônio M. Barbosa e Cecília Horta Barbosa.
Partido Republicano Miraense na emancipação de Miraí. Em pé da esquerda (segundo 
e terceiro)os irmãos Justino Alves Pereira e Affonso Alves Pereira

Jazigo da primeira esposa de Affonso Alves Pereira - Maria Dinah Sarmento Alves Pereira,
 filha do industrial Severiano de Morais Sarmento, no Cemitério Municipal de Juiz de Fora

Morais Sarmento em Juiz de Fora

O empresário Severiano de Almeida Moraes Sarmento era natural de Rio Novo, Minas Gerais, em 1867. Em 1887, ocupava-se no comércio do café; depois entrou para o comércio de todos os gêneros do país e estrangeiros, onde se conservou até 1908, casado com Maria do Carmo Pereira.

Transferiu-se para Juiz de Fora, fundando em 1908 a Fábrica de Fiação e Tecelagem Morais Sarmento. Manufatura de tecidos de algodão, tais como algodões crus, zefires, riscados, brins, toalhas etc., e fabrica também brins de linho.

Morais Sarmento em São João Nepomuceno - Descendentes do Guarda Mor Manoel de Moraes Sarmento e Ritta Maria de Jesus.



Daniel de Moraes Sarmento Junior era natural do Município de Rio Novo tendo nascido em 05 de novembro de 1864, era filho de Daniel de Moraes Sarmento e de D. Anna Luiza de São José.

Foi em O1 de julho de 1886 que se transferiu para São João Nepomuceno e em 09 de setembro de 1889 casou-se com a Sra. Dona Maria Petronilha de Moraes Sarmento - Dona Cota Sarmento, filha de Antonio Flodoardo Cardoso.

Daniel Sarmento foi chefe da casa comercial Sarmento e Cia e mais tarde da firma Sarmento Irmãos e Cia e em 20 de janeiro de 1894 iniciou junto com outros cidadãos a formação d a Companhia de Tecidos Mineiros cabendo-lhe. Mas a Fabrica teve vida curta e foi resolvida em assembléia a venda do acervo em 12 de dezembro sendo então aceita a proposta feita pelos irmãos Francisco Daniel de Moraes Sarmento, Emygdio de Moraes Sarmento e o maior acionista Daniel de Moraes Sarmento
A fabrica então passa a pertencer a Sarmento Irmãos & Cia. Portanto em 14 de julho de 1895 foram inaugurados os trabalhos.

Daniel Sarmento foi o precursor da iluminação elétrica em São João tendo para isto instalado uma rede de energia elétrica e de telefone não só para sua indústria, mas também para sua residência.
Em 01 de novembro de 1897 foi eleito vereador pelo Partido Republicano Mineiro e em janeiro de 1898 foi eleito Vice Presidente e reeleito ao cargo durante toda legislatura. No ano de 1900 novamente é conduzido a Câmara e por seus pares é novamente eleito Vice Presidente daquela Casa de Leis e o foi até o fim do mandato.

Daniel Sarmento veio a falecer em 17 de dezembro de 1908 contando apenas com 44 anos.

 

Morais Sarmento em Guarani  - Descendentes do Guarda Mor Manoel de Moraes Sarmento e Ritta Maria de Jesus

Na metade do século XIX, surgiu o povoado denominado Espírito Santo do Cemitério, que em 1881 passaria a se chamar Guarani.

Em novembro de 1882, transferiu-se residência para o arraial de Guarani o Cel. Avelino de Morais Sarmento que, mais tarde, governou o município emancipado. Em 1883, seu pai, Francisco de Morais Sarmento Júnior instalou-se também com toda a sua família.



terça-feira, 9 de novembro de 2010

BARÃO DE SÃO JOÃO DE NEPOMUCENO E A FAMÍLIA CERQUEIRA LEITE EM MINAS GERAIS

Por Mauro Luiz Senra Fernandes





Pedro de Alcântara de Cerqueira Leite - Barão de São João de Nepomuceno 
 








A Fazenda Mundo Novo - Simão Pereira MG - ainda guarda, quase intacta, a maior parte de sua belíssima arquitetura. O casarão, de 22 cômodos, foi construído pelo Barão de São João Nepomuceno - Desembargador Pedro de Alcântara de Cerqueira Leite, presidente da Província de Minas Gerais, em 1865. Até 1929, a propriedade se dedicou integralmente à produção do café. De lá para cá, tornou-se importante produtora de leite, atividade que preserva até hoje. Em 1995, a Mundo Novo, que é tombada pelo Estado, ganhou o Prêmio Nacional de Preservação.



Descendem de abastados proprietários rurais estabelecidos em Minas Gerais, que teve o início com o desbravador Manoel Cerqueira de Souza, casado com Mariana Leite, natural de Fervença. Deixou numerosa descendência, na qual, se incluir José de Cerqueira Leite, natural de Fervença que no fim do século dezoito, por volta do ano de 1797, estabeleceu-se no Município de Barbacena, à margem do rio Paraibuna, na Fazenda Rocinha Negra, com seus 1.092 hectares, em cujo cemitério estão sepultados quase todos os membros da família.

José de Cerqueira Leite foi casado com Anna Maria da Fonseca, natural de Cebolas, filha de Estevão da Fonseca e Maria de Santo Inácio. Foram proprietários das fazendas Rocinha Negra, da Constituição, Cabuhi e Rocinha do Lima, todas no Município de Simão Pereira; da Várzea; do Porto do Ataíde; da Gruta, com seus 1.288 hectares, no Município de Santana do Deserto, e da Soledade, no Município de Matias Barbosa. Deste casamento houve treze filhos, entre quais:

Padre José de Cerqueira Leite, vigário de Simão Pereira;

Cônego João Marciano de Cerqueira Leite, natural de Simão Pereira, proprietário da Fazenda da Constituição e Chefe do Partido Liberal em 1842;

Idelphonso de Cerqueira Leite, fazendeiro em Rancharia – Simão Pereira. O Distrito de Simão Pereira tem seu nome originado no primeiro sesmeiro daquela região: Simão Pereira de Sá. Depois passou denominar-se Rancharia, por se encontrar, naquelas paragens, a sede de grandes ranchos de tropas que trafegavam entre Minas Gerais e o Rio de janeiro, conduzindo ouro. Por Lei nº. 258, maio de 1858, teve seu nome modificado para São Pedro de Alcântara, em homenagem a Pedro de Alcântara de Cerqueira Leite;

Bernardina de Cerqueira do Vale Amado, casada com o Coronel Manoel do Vale Amado, abastado proprietário de terras, donatário de dezenove sesmarias concedidas pelo Rei de Portugal, entre elas a da Fazenda Nossa Senhora da Conceição, onde hoje é formada a cidade mineira de Matias Barbosa e entre seus filhos:

•• José Maria de Cerqueira Vale – Barão de Santa Mafalda; e

•• Amélia Cerqueira do Vale Amado, nascida em 1818 e falecida em 18 de junho de 1893, que pó seu casamento com seu tio Pedro de Alcântara de Cerqueira Leite, tornou-se Baronesa de São João Nepomuceno;

Desembargador Francisco de Paula de Cerqueira Leite, Magistrado e Deputado à Assembleia Geral Legislativa, por Minas Gerais, entre 1834 a 1848 e fundador da Fazenda de Porto do Ataíde;

Francisco de Paula de Cerqueira Leite

Desembargador Pedro de Alcântara de Cerqueira Leite – Barão de São João Nepomuceno, nascido em Barbacena, em 28 de junho de 1807 e faleceu em sua fazenda em Simão Pereira, em 24 de abril de 1883. Logo depois de sua formatura em Bacharel em Direito foi nomeado Juiz Municipal de Barbacena, proprietário da Fazenda da Gruta, em Santana do Deserto e da Fazenda Soledade, em Matias Barbosa e em 16 de julho de 1864, foi nomeado Presidente da Província de Minas Gerais.
Foi agraciado com o titulo de Barão de São João Nepomuceno, em 15 julho de 1881 e foi casado com sua sobrinha, Amélia de Cerqueira do Vale Amado, filha de sua irmã Bernardina Cerqueira do Vale Amado e do Coronel Manoel do Vale Amado – não deixando geração;

Jazigo do Barão de São João de Nepomuceno em Simão Pereira MG 
Coronel Albino de Cerqueira Leite, nascido em 1808, na Fazenda Rocinha Negra, proprietário da Fazenda de Cabuhy, no Distrito de Simão pereira e foi casado com Ignácia Luiza de melo, filha do Barão de Pontal, Senador Manuel Ignácio de Melo e Souza;

Capitão José Joaquim de Cerqueira Leite, casou-se na Freguesia de Madre de Deus do Rio Angu – Angustura, no dia 6 de fevereiro de 1842, com Bárbara Francelina de Jesus – onde era proprietário rural e grande cafeicultor;

Capitão José Francisco de Cerqueira, proprietário rural e grande cafeicultor em Santo Antônio do Aventureiro, casou-se em na Freguesia de Madre de Deus do Rio Angu – Angustura, no dia 6 de fevereiro de 1842, com Maria Joaquina de Cerqueira, nascida no Município de João Gomes – atual Santos Dumont, em 1826, falecida em São José de Além Paraíba, em 14 de abril de 1896 e era filha de Mariano Joaquim de Cerqueira e de Anna Joaquina de Jesus e seus filhos foram:

•• José de Cerqueira Leite, nasceu na Freguesia de Madre de Deus do Rio Angu – Angustura, onde foi batizado em 8 de setembro de 1844;

Anna Joaquina de Cerqueira Leite e seu esposo José Carlos Ferreira, filho
 de Carlos José Ferreira e Carolina Maria de Jesus

•• Anna Joaquina de Cerqueira Leite, nascida em Santo Antônio do Aventureiro, no ano de 1851 e faleceu de insuficiência cardíaca, na Fazenda da Cachoeira em São José de Além Paraíba, no dia 29 de março de 1901. Casou-se em 25 de maio de 1872, às 2 horas da tarde, na Capela de Santo Antônio do Aventureiro com José Carlos Ferreira, que nasceu em 1853, era proprietário da Fazenda do Buraco Quente – na Terra Corrida, em Santo Antônio do Aventureiro e filho de Carlos José Ferreira e Carolina Maria de Jesus.
De seu casamento tiveram os filhos:
••• Guilhermina Ferreira de Cerqueira – “Tia Velha” - nascida em 2 de janeiro de 1876 e batizada no dia 30 de janeiro do mesmo ano, na capela de Santo Antônio do Aventureiro. Casou-se no dia 25 janeiro de 1876, na Fazenda Cachoeira, propriedade de sua avó Carolina Maria de Jesus e seu segundo esposo Capitão Vicente Mendes Ferreira Júnior, com Simplício Dutra de Morais, filho de Francisco de Oliveira Moraes e Michelina Dutra de Morais;
••• Theodolina Ferreira Teixeira – “Dulica” - nascida em Santo Antônio do Aventureiro, em 8 de março de 1873 e foi batizada em 19 de abril do mesmo ano, na Capela de santo Antônio do Aventureiro. Foi casada com o Capitão Álvaro dos Santos Teixeira, proprietário da Fazenda Córrego do Cedro, filho de Joaquim Manoel Teixeira e Maria Seraphina dos Santos Nora – descendente da família Souza Breves;
••• José Carlos Ferreira Júnior – “Juca Ferreira” - casado com a prima Maria Custódia de Cerqueira Leite, filha de Custódio de Cerqueira Leite e Felisbina Carlotta de Jesus;
••• Carlos Ferreira de Cerqueira, nascido em 1 de junho de 1874 e batizado em 15 de agosto do mesmo ano, na Capela de Santo Antônio do Aventureiro. Foi casado com a prima Josephina de Oliveira Senra – Finoca, filha de sua tia paterna Maria Carolina de Jesus – Mariazinha Senra e do capitão Pedro de Oliveira Senra;
••• Carolina Ferreira Senra – “Carola” - nascida em 2 de agosto de 1877, foi batizada em 23 de setembro do mesmo ano – na Capela de Santo Antônio do Aventureiro e seus padrinhos foram: Antônio Francisco de Cerqueira e sua avó Carolina Maria de Jesus e faleceu no dia 10 de novembro de 1920 de “Hemorragia post partum”. Casou-se com seu primo Carlos de Oliveira Senra, filha de sua tia paterna Maria Carolina de Jesus – Mariazinha Senra e do Capitão Pedro de Oliveira Senra;
••• Virgílio Ferreira de Cerqueira – “Loló” - nasceu em 15 de dezembro de 1879, foi batizado em 4 de abril de 1880, na Capela de Santo Antônio do Aventureiro e faleceu em 10 de julho de 1956, em Além Paraíba. Casou-se com Maria da Glória dos Santos Teixeira – irmã de seu cunhado Álvaro dos Santos Teixeira, filha de Joaquim Manoel Teixeira e Maria Seraphina dos Santos Nora – descendente da família Souza Breves;
••• Maria Ferreira Senra, nascida em 1884, casou-se com o primo Pedro de Oliveira senra Filho – Pepedro, filho de sua tia paterna Maria Carolina de Jesus – Mariazinha Senra e do Capitão Pedro de Oliveira Senra;
••• Anna Ferreira de Cerqueira – “Sanica” - casou-se com o marido de sua irmã falecida Carolina, Carlos de Oliveira Senra, filho de sua tia paterna Maria Carolina de Jesus – Mariazinha Senra e do Capitão Pedro de Oliveira Senra; e
••• Geraldina Ferreira de Rezende – “Geralda” - nasceu no ano de 1892, casou-se com Carlos Medeiros de Rezende, filho do Capitão José Medeiros de Rezende e Maria Rosa de Medeiros.;

•• Custódio de Cerqueira Leite, cafeicultor em Santo Antônio do Aventureiro, casou-se na Freguesia de Nossa Senhora de Madre de Deus do Rio Angu - Angustura, em 30 de abril de 1870, com Felisbina Carlotta dos Santos – filha de Joaquim Antônio dos Santos e Carlotta Casimira da Trindade e teve uma única filha:
••• Maria Custódia de Cerqueira Leite, foi casada com o primo José Carlos Ferreira Júnior – Juca Ferreira, filho de José Carlos Ferreira e sua tia paterna Anna Joaquina de Cerqueira Leite.;

•• Pedro de Cerqueira Leite Sobrinho, nasceu em 1858 e faleceu em 6 de setembro de 1905. Era proprietário da Fazenda Vargem dos Bambus, no local denominado Terra Corrida, em Santo Antônio do Aventureiro e foi segundo esposo, de sua cunhada Felisbina Carlotta de Cerqueira Leite, viúva de seu irmão Custódio de Cerqueira Leite e tiveram os seguintes filhos:
••• Etelvina de Cerqueira Leite, casada com o primo Francisco Dutra de Cerqueira, filho de Antônio Dutra de Morais e sua tia Guilhermina de Cerqueira Leite e seus filhos foram: Zilda Dutra de Cerqueira, casada com o primo Pedro Dutra de Cerqueira, filho de Álvaro Ferreira de Cerqueira e Carlotta de Cerqueira Leite; Pedro Dutra de Cerqueira casado com Maria José Dutra de Cerqueira; Antônio Dutra de Cerqueira, casado com Isaura de Cerqueira; José Dutra de Cerqueira, casado com Maria de Souza Moreira; Joaquim Dutra de Cerqueira, casado com Nair de Cerqueira; Maria de Lourdes Dutra de Cerqueira, casada com Alfredo Dutra de Morais; Zilca Dutra de Cerqueira, solteira; Felisbina Dutra de Cerqueira, casada com Orlando Teixeira Ferreira, filho de Virgílio Ferreira de Cerqueira e Maria da Glória dos Santos Teixeira; e Marina Dutra de Cerqueira.; e
••• Carlotta de Cerqueira Leite, casada com o primo em segundo grau Álvaro Ferreira de Cerqueira, filho do primo Carlos Ferreira de Cerqueira e de Josephina de Oliveira Senra;

Guilhermina de Cerqueira Leite e seu esposo Antônio Dutra de Morais

•• Guilhermina de Cerqueira Leite, nascida em 1860, foi casada com Antônio Dutra de Morais, proprietário rural em Santo Antônio do Aventureiro e tiveram os seguintes filhos:
••• José Dutra de Cerqueira, casado com Jovina Teixeira Tavares e um de seus filhos foi: Antônio Dutra Netto – fundador da empresa alemaparaibana Transporte Dutra e foi casado com Zilda de Paula Dutra;
••• Pedro Dutra de Cerqueira, casado em primeiro matrimônio com Zulmira Teixeira Rios e em segundo matrimônio com Isaurina Dutra Senra, filha de Manoel de Oliveira Senra – Gogosta e Cristiana de Oliveira Senra;
••• Theophilo Dutra Senra, casado com Maria da Glória Dutra Senra, filha de Manoel de Oliveira Senra e Cristiana de Oliveira Senra;
••• Francisco Dutra de Cerqueira, casado com Etelvina de Cerqueira Leite, filha do tio Pedro de Cerqueira Leite Sobrinho e Felisbina Carlotta de Cerqueira Leite;
••• Elvécio Dutra de Cerqueira faleceu solteiro;
••• Maria Dutra de Cerqueira, casada com José de Oliveira Sobrinho – Juca Senra, filho do Capitão Pedro de Oliveira Senra e tiveram as filhas: Maria da Glória Dutra Senra – Glorinha, casada com seu primo José Antônio de Oliveira Senra, filho de Antônio de Oliveira Senra e Carolina de Oliveira Senra; e Guilhermina Dutra Senra – Filhinha, casada com Aldo Gomes.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

HENRIQUE HERMETO CARNEIRO LEÃO – BARÃO DO PARANÁ

Por Mauro Luiz Senra Fernandes







A Família de origem portuguesa, da região do Porto, estabeleceu-se no Brasil na metade do século dezoito, principalmente em Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Para Pernambuco veio Manuel Netto Carneiro Leão e para Minas seu irmão Antônio Netto Carneiro Leão, que adquiriu datas de terra no então Arraial de São Luiz e Santana de Paracatu, para exploração de ouro e onde amealhou considerável fortuna.

Henrique Hermeto Carneiro Leão, titular do Império pelo Decreto de 16 de maio de 1888, nasceu na Província do Rio de Janeiro em 22 de novembro de 1847 e faleceu em 16 de março de 1916.

Era filho de Honório Hermeto Carneiro Leão, Marquês do Paraná – Ministro do Império, e de Maria Henriqueta Carneiro Leão, era neto paterno do Coronel Nicolau Neto Carneiro Leão e de sua primeira esposa, Joana Severiana Augusta Leonor e neto materno de João Neto Carneiro Leme e Anna Maria Leme, natural do Tijuco, hoje Diamantina, dos Lemes de São Paulo.

O Barão era uma figura austera e imponente, com suas suíças impressionantes. Foi casado com Zeferina Marcondes e com quem não teve filhos, filha do Comendador Francisco Marcondes Machado - falecido em 1872 e de Maria dos Remédios Marcondes dos Santos, neta paterna de José Machado Silva e Clara Francisca Marcondes do Amaral.

Fez o curso de Humanidades no Colégio Pedro II e em 1870 formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Foi adiantado fazendeiro no município fluminense de Sapucaia, onde com a morte de sua mãe, herdou a Fazenda do Lordello, banhada pelo córrego do Coruço e fica defronte a cidade de Além Paraíba. Foi um grande incentivador e colaborador do Dr. Paulo da Fonseca, para a construção do Hospital São Salvador em Além Paraíba.

O Barão do Paraná era irmão de Nicolau Neto Carneiro Leão, Barão de Santa Maria,de Maria Henriqueta Carneiro Leão, que se casou com Jerônimo José Teixeira Júnior, Visconde do Cruzeiro e Maria Emília Carneiro Leão, que se casou com Constantino Pereira de Barros, Barão de São João do Icaraí.

Seus conhecimentos científicos lhe proporcionaram várias contribuições no campo genético, desenvolveu a raça de gado zebuíno e podemos citar que foi um dos pioneiros no cruzamento industrial.
Homem escravizado na Fazenda do Lordello juntamente com um zebróide.
Em suas raras aparições em Além Paraíba eram espetaculares, de hábitos extravagantes, chamava a atenção quando atrelava em suas carruagens uma ajaezada parelha de zebróides, cruzamento de zebra com cavalo, que lhe rendeu uma medalha de honra ao mérito na Europa.

O Barão administrou a Fazenda do Lordello até morrer em 15 de março de 1916, a propriedade passou, em sistema de usufruto, para sua esposa, Zeferina Marcondes Carneiro Leão. O casal não tendo filhos, desde então, a fazenda passou por vários proprietários.


A Fazenda Lordello é uma das mais bonitas da região, foi construida na primeira metade do século XIX, em estilo mourisco pelo Marquês do Paraná, que no ano de 1841, adquiriu mais terras que faziam rumo com Lordello. Em 27 de março, o marquês do Paraná comprou do casal Manoel Antônio dos Santos e Maria Bernarda de Jesus mais uma porção; em 30 do mesmo mês, mais um tanto de D. Anna Victoria de Jesus; em 24 de maio, mais outra gleba de D. Constança Maria de Jesus e, finalmente, em 20 de marco de 1848, mais uma porção adquirida de Francisco José Soares e sua mulher D. Anna Umbelina Barbosa, completando assim uma área que correspondia, na época, a pouco mais que duas sesmarias de meia légua em quadra, ou seja, 500 alqueires geométricos de terra.
Mas sua localização perto da divisa fez com que sempre tivesse sua história ligada à Além Paraíba.
Atualmente, a Fazenda do Lordello serviu de cenário para a novela global "Irmãos Coragens" e o filme "Xangô de Baker Street".



O Barão do Paraná,em suas raras aparições em Além Paraíba eram espetaculares, de hábitos extravagantes, chamava a atenção quando atrelava em suas carruagens uma ajaezada parelha de zebróides, cruzamento de zebra com cavalo, que lhe rendeu uma medalha de honra ao mérito na Europa.

Adaptação dos textos de Egberto Mattos,José Aluísio Botelho e Carlos Eduardo Barata

 

 Residência do Barão do Paraná na cidade do Rio de Janeiro - na Rua Marquês de Abrantes