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quinta-feira, 3 de junho de 2010

SOCIEDADE MUSICAL SETE DE SETEMBRO

Por Mauro Luiz Senra Fernandes


“Há no largo um jardim, no jardim um coreto, e no coreto, quando é Domingo, toda fardada e correta, a “Sete de Setembro” faz retreta. Em volta passeando, as garotas vão conversando, vão namorando...” – Columbano Faria Duarte

O povoamento de Além Paraíba iniciou-se em dois núcleos: São José e Porto Novo. O bairro de São José tornou-se a sede do município, onde seus moradores mais ilustres pertenciam à aristocracia rural; já Porto Novo, tornou-se um bairro burguês, onde foi desenvolvido o comércio.
A rivalidade entre esses dois núcleos vem de longa data, desde o surgimento da ferrovia. Em Porto Novo foi construída a bela e imponente Estação Ferroviária e a ponte sobre o Rio Paraíba do Sul e, em São José, foi construída uma pequena estação, não menos importante, e a magnífica Igreja Matriz.
O bairrismo era tão forte que os moradores participavam de todas as iniciativas que visavam dar aos bairros uma posição de melhor destaque. Em 1896, o assunto em voga era a criação de um grupo musical no bairro de Porto Novo, denominado Grupo Musical Carlos Gomes, provocando um sentimento de satisfação e orgulho por parte da população local.
Os moradores de São José sentiram-se inferiorizados com a liderança cultural e musical daquela localidade. A mobilização começou a acontecer, a comunidade toda foi contagiada. Após uma reunião na Praça Coronel Breves ficou deliberado que São José possuiria, também, seu grupo musical.
No dia 23 de agosto de 1897, na residência do Sr. Manoel Correia Júnior, foi criado o Grupo Musical São José e o seu primeiro regente foi o próprio Sr. Manoel. Decorridos seis meses de ensaios, os componentes já estavam aptos para as primeiras “tocatas”.
De Manoel Correia Júnior, outros regentes passaram pelo grupo musical, como Antônio Euzébio dos Santos, Nelson de Barros, Acir Figueiredo (vindo da cidade de Santo Antônio de Pádua por indicação do influente diretor João Pereira Filho). O grupo foi elevado à condição de Banda Musical, passando-se a se chamar Sociedade Musical Sete de Setembro, no dia 23 de junho de 1907. Naquela época, foi eleito o primeiro presidente da corporação, o Sr. Antônio Euzébio dos Santos.
Por volta de 1913, após uma reunião, o mestre Acir Figueiredo foi bastante criticado por alguns diretores insatisfeitos com o baixo rendimento da Banda. Recebeu as críticas com humildade e buscou aprimoramento.
Em 1914, Acir Figueiredo foi convidado para reger a Banda de Leopoldina, recebendo uma proposta que se tornou irrecusável e, com isso, transferiu-se para a vizinha cidade. A situação da Sociedade estava muito difícil financeiramente e, com o afastamento do maestro, ficou pior.
Surge Tolentino Oliveira que, durante dois anos, permaneceu à frente das atividades com indiscutível brilhantismo.
Levi Reis Rodrigues, vindo da cidade de São João Del Rey para regência do coral da Igreja Matriz de São José, foi convidado também para reger a Banda Sete de Setembro na mesma ocasião. Aceitou o cargo e, com muito brilho e a inteligência que lhe era peculiar, ficou de 1917 a 1919, quando foi assumir o cargo de escrivão na vila rural de Angustura.
Acir Figueiredo, vindo passear e rever os amigos na cidade, tocado pelos apelos feitos, não se fez rogado e aceitou retornar ao cargo de maestro, no qual manteve-se até 1926.
Desde 1921, Dr. Jarbas Salles Marques vinha no comando da presidência da Sociedade Musical Sete de Setembro e, com os demais membros da diretoria, elegeu o Sr. Euclides Vasconcelos Barbosa - o “Mestre Tita”- para reger o corpo sinfônico, atuando por mais de quatro décadas.
Com o apoio de “Mestre Tita”, o presidente Dr. Jarbas Salles Marques traçou um grande projeto: a construção da sede própria da Sociedade Musical Sete de Setembro, com a participação de toda a diretoria e, em 1928, foi concretizada a idéia: estava pronta a sede da Sociedade Musical.

Dois artífices foram destaques na construção da sede: Olimpio Pereira de Souza e Francisco Gomide. Era o sonho transformado em realidade.
Figuras femininas também foram destaques na história da banda, dentre elas: Hermínia Barbosa Fernandes, irmã do Mestre Tita; Lectícia Risoleta da Silva Mattos e a atual madrinha, Ana Mattos de Oliveira (Naná).

 A história registra pessoas importantes no desenvolvimento da Sociedade Musical Sete de Setembro, como: Joaquim Dias Moreira (Quinzoca), Walter Lobo, José Silveira, Francisco Sotero da Rocha, José Maria dos Santos Faria e muitos outros.
Nesta síntese, fica o singelo registro de uma vitoriosa história de um grupo musical que surgiu de um grupo de bairristas, fanáticos pelo seu bairro e que resultou na talentosa Sociedade Musical Sete de Setembro.







Fonte: Helio Costa

7 comentários:

  1. Adorei o Blog. Muito bom mesmo!!!! Abraços! (Rafael Cunha Moreira - Bom menino)

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  2. "Quem não gosta de saber donde veio? Quem não quer conhecer os seus e o que eles fizeram? De resto, pareceu-nos um dever, uma obrigação contraida com aqueles que já partiram e nos legaram um nome, fazê-lo perpetuar no seio de nossa sociedade, torná-los conhecidos para, a seu exemplo, os respeitar e prosseguir na sua esteira luminosa".
    Barão Mearim

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  3. Primeiramente gostaria de parabenizar o bloguista Mauro Senra pela iniciativa. Sou músico da S. M. 7 de Setembro a 7 anos e me orgulha muito fazer parte dessa história e ver pessoas que gostam e admiram divulgando nossa historia... parabéns!

    Leonardo Guimarães - Trombonista da banda!

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  4. Parabéns pelo blog e obrigada por essa dedicação em falar da nossa querida Sete de Setembro, já que eu faço parte dessa família.
    Um grande abraço!!!(Josiane Theodoro)

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  5. Parabéns pelo blog! Foi através dele que consegui realizar minha tarefa escolar. E fico feliz por também fazer parte desta família. Estou estudando musica na Sociedade Sete de Setembro e já estou tocando clarinete e pretendo tocar sax.

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  6. Será que alguém saberia me informar se o Joaquim Dias Moreira - o Quinzoca - era o mesmo que se tornou presidente da Sociedade Dramatica Filhos de Talma, no Rio de Janeiro, em 1918?
    Agradeço imensamente se puderem me dar essa informação!! Abraço, Luciana Penna Franca

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  7. Parabéns! Bem que as bandas poderiam ser registradas como patrimônio imaterial da cidade...

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