“Preservar nossa história é como construirmos pontes que no possibilitam anular a distancia que nos separa daquilo que já fomos.
É maravilhoso imaginar e sentir a vida daqueles que se foram e nos deixaram tamanha cultura e beleza.”
Vista de Porto Novo
No ano de 1906, o português Adão Pereira de Araújo instalou uma pequena usina geradora de energia elétrica. Antes dessa iniciativa Além Paraíba era iluminada à luz de lampiões que eram acendidos às 18 horas e apagados às 3 horas da manhã, ou melhor, da madrugada, daí os homens que os acendiam serem chamados de “lobisomens” ou “fantasmas”.
Com a energia elétrica veio a industrialização e, conseqüentemente, o progresso. Além Paraíba muda seu modo de produção, surgem inúmeras indústrias e, com isso, uma nova classe – a operária.
A primeira indústria instalada foi a Fábrica de Bebidas do italiano Nicolau Taranto, casado com a alemparaibana Carolina Alves Taranto, neta do Capitão Vicente Mendes Ferreira, proprietário da Fazenda da Cachoeira, em Vila Caxias, vereador no primeiro governo emancipado da cidade e maior acionista da empresa Carril Além Paraíba (bonde de tração animal).
O primeiro grande investimento que ajudou a mudar a cara da cidade foi a criação da CIAP – Cia. Industrial de Além Paraíba (Fábrica de Tecidos), fundada em 9 de dezembro de 1912, sendo seu primeiro presidente e fundador, o Dr. Alfredo Martins Castello Branco. Sua primeira diretoria era composta por Dr. Alfredo Martins Castello Branco, Sr. Acácio de Lima Castello Branco e o Capitão Miguel Laroca; e do primeiro Conselho Fiscal participavam os Srs. Antônio de Lima Castello Branco, José Pagano Brundo e Antunes. O capital inicial da Companhia era de 500 contos de réis. Posteriormente, em 27 de abril de 1972, a Companhia foi incorporada ao grupo Dona Isabel, passando à denominação de Cia. Fábrica de Tecidos Dona Isabel.
Vista da Fabrica de Tecidos em Porto Novo
Em 1925, com um capital de 700 mil contos de réis, surge uma nova indústria – a Fábrica de Papel Santa Maria, idealizada e fundada pelos Srs. José Mercadante, José Teixeira Bastos, Cel. Leonardo de Freitas, Dr. Antônio Augusto Junqueira e Affonso Sálvio; e, em 1933, a fábrica com 96 operários, produziu 2.800.223 quilos de papel de embrulho.
Inauguração da Fabrica de Papel Santa Maria - 1925
Surgiram também nessa época, pequenas mas não menos importantes, outras indústrias como: a Serraria Portonovense de Manoel Pereira, João Rozante, José Mercadante e outros; a Oficina Industrial Binato Ricardo – no ramo da metalurgia – considerada uma escola profissionalizante na cidade; a Fábrica de Móveis, que foi mais uma valorosa iniciativa e de propriedade dos Srs. José Mercadante & Cia.; Fábrica de Meias Iracy, mantida pela mesma empresa José Mercadante & Cia; Fábrica de Bebidas dos Srs. Teixeira Bastos & Cia; Fábrica de Massas sob o nome de “Pastificio Povoleri”, do Sr. José Povoleri; Fábrica de Manteiga e a Fábrica de Gelo, que pertenceram ao Sr. Adão Pereira de Araújo, a fim de facilitar e de possibilitar a sua grande distribuição de leite e creme para o Rio de Janeiro; Fábricas de Picolés, em Porto Novo, de propriedade dos Srs. Nabum Francisco e Jorge Elias Sahione, respectivamente, as de nomes Sorveteria Moderna e Sorveteria Polar; Marmoraria São José, do Sr. Adhemardo Gonçalves Salles, revelando nos seus trabalhos, muito gosto e perfeição; Fábrica de Fubarina, do Sr. Francisco Rezende; as torrefações de café: Café Castello & Cia, Café Aracy, de Cerqueira & Irmão e Café União, de Coutinho & Filho; Trituração de Açúcar, do Sr. Arthur Cardoso França; Tipografia Comercial, onde se imprimia o órgão oficial da prefeitura, o jornal “Além Parahyba”, da empresa José Mercadante & Cia; Tipografia São José, pertencente a empresa Jairo & Wilson – mais modesta, mas também, de obras – onde era impresso “O Combate”, órgão oficial do Partido Republicano Mineiro de Além Paraíba; Oficinas Mecânicas: Santa Helena, de Mercadante & Cia.; e outras cada uma pertencentes aos Srs. Gustavo Sorensen, Domingos Fernandes, José Augusto Moreira e Manoel Corrêa Júnior; Oficinas Marotta, com sortimento grande e variado de suas oficinas, pertencentes ao Sr. Luiz Marotta; Oficinas Santa Cruz, que aliada a uma boa serraria, funcionava a marcenaria do exímio oficial Sr. Gustavo Ferreira da Cruz, auxiliado por seus filhos hábeis operários marceneiros; a Fabrica de Refrigerantes, fundada pelo português José Jacinto Teixeira Filho (A Realeza); Fábrica de Ladrilhos, de propriedade dos Srs. Campos & Cia, fornecendo os bonitos e bem feitos ladrilhos para a nossa bela Igreja Matriz de São José; e sem falar nas grandes Oficinas da Leopoldina Railway, um dos maiores propulsores da vida de nossa cidade, que contava com diversas seções: ferrarias completas, torneiros, ajustadores, serralheiros, carpinteiros, marceneiros, pintores, fundições de ferro, aço e bronze, máquinas elétricas, etc.
Naquela época, Além Paraíba era um grande centro industrial de Minas Gerais, oferecendo oportunidades e qualificando profissionais de toda a região, sem falar da classe operária que era bastante politizada e forte. Atualmente, pouco resta do antigo crescimento industrial da Cidade – as poucas fábricas e oficinas que ainda restam, decaídas e vazias, só há o silêncio de suas máquinas e de seus apitos ou, então, o som das marretas e picaretas em atividade para a demolição e construção de habitações, como é o caso da nossa querida e saudosa “Leopoldina Railway”.
Fonte: Adaptação do texto do Almanack 1935 do Município de Além Paraíba, organizado por: Dr. Aristóteles Lobo, Raul de Carvalho Marques e Francisco de Carvalho Marques.
Gostaria de saber sobre josé mercadante se possivel me envie uma biografia dele para o e-mail
ResponderExcluirizabel.sonia@ig.com.br .
Eu tenho interesse em saber mais sobre a família de Vicente Mendes Ferreira. Já li vários artigos seus citando esse nome. Será que você tem algum material sobre ele? Ele possui um jazigo tombado em Além Paraíba. Você sabe como ele morreu? Se puder, me escreva.
ResponderExcluirEliane
Vicente Mendes Ferreira foi um pioneiro aqui em Além Paraíba - fazendeiro, abolicionista, comerciante, maior acionista da empresa Carril Além Paraíba (bonde de tração animal)e vereador.
ResponderExcluirFoi o segundo esposo da viúva Carolina Maria de Jesus, primeiros proprietários da Fazenda da Cachoeira no atual bairro de Vila Caxias.
Caro Mauro,
ResponderExcluirAgradeço que tenha postado uma resposta, mas eu queria saber mais: nome dos pais, datas/locais de nascimento e falecimento, motivo da morte. Meu objetivo é pesquisa genealógica. Se tiver outras informações, escreva-me.
Atenciosamente,
Eliane
Marco Salvio
ResponderExcluirGostaria de saber informações sobre a fámilia Cortes Salvio, sou neto de Miguel e Ana Salvio.
marcosalvio@ig.com.br
Desde já agradeço,
Morei 2 anos em Além Paraíba e fui aluna da Profº Leila Cortês... a família dela tinha uma fábrica... Costaria de manter contato com ela, já que me tornei profª tb e sempre me lembro dela com carinho. Se alguém tiver alguma informação, meu e-mail é angelicaassumpcao@yahoo.com.br. Grata!
ResponderExcluirPorto Novo do Cunha?
ResponderExcluirboa tarde gostaria de saber se tem algum material da escola de samba de alem paraiba chamava colina ,nos anos 1958 minha mae marilda fernandes participou muito obrigada. anacrisferreira30@gmail.com
ResponderExcluirMuito triste além Paraíba ja foi uma cidade muito próspera em trabalho,hoje povo sofre com falta de empresas em além Paraíba,o pouco que tinha ja acaboufechou
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